segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Políticas públicas para além de um mandato

Qualidade! Este deveria ser a meta de toda e qualquer política pública porque não há outra forma. Qualidade estabelece a perenidade. Como imaginar que se vai conseguir qualidade quando ainda é necessário um carimbo para validar um documento? Como se pode acreditar em seriedade quando a placa lapidar: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar – Lei Estadual nº 9502/97” nos é esfregada na cara? Ironia do destino a lei de Licitação tem por número 8.666; ou seja infinito (8) apocalipse (666). A piada fica mais sem graça quando se observa os resultados desta lei que em teoria é bem intencionada.
O povo brasileiro sabe o que quer; é muito mais esperto e inteligente do que nós todos, ‘zelites’ de todas classes sociais pensantes e econômicas, acreditamos que seja. A prova está nos resultados desta eleição, que prova que o povo sabe bem distinguir falácia de realidade, esmola de futuro, e outras mais.  
Projeto político não é política pública. Muito menos vontade pessoal. Quem se outorga o direito de ser o dono da política pública precisa de um psiquiatra para cuidar do ego e também do alter-ego. Ou precisa de uns anos de cadeia. Provavelmente a última.
Infelizmente passamos mais esta campanha sem uma discussão minimamente séria sobre propostas e projetos. As pinceladas de bravata dadas por todos partidos são publicidade enganosa, que tem que ser feita ou não se recebe voto. Quem é o verdadeiro culpado? Quem engana ou quem sabe que é enganado e gosta? Eu responsabilizo quem elege.
Thiago Benicchio respondeu a uma pergunta minha dizendo que a nova geração vive de mudanças contínuas e cada vez mais rápidas. Digite duas palavras e coloque uma foto e você faz parte do agito. Como construir políticas públicas num terreno de inconstâncias tão rápidas e fugazes?
Políticas públicas de verdade, eficazes, perenes, deve ser calçadas em bases mais sólidas possível. Como construir uma política pública para um setor tão primário, precário, imaturo, onde o elemento básico, essencial, a bicicleta, quebra, arrebenta, machuca e mata com frequência por simples falta de qualidade? Qual é o ponto de partida então?
O complica o futuro da economia do Brasil é que o setor da indústria automobilista já apresenta sinais de saturação, ou até mais que isto, e o da construção civil vai entrar num processo de desaceleração irreversível. São boas notícias, pelo menos para o futuro da bicicleta. Para o resto quem viver verá. A questão agora é os interessados na bicicleta aprender a comer pelas bordas – com inteligência. E isto se dá quando há qualidade na mastigação, degustação, digestão e defecação. Hoje a papinha nos é jogada na cara. Nos lambuzamos e emporcalhados aceitamos felizes. Triste
Vale a leitura deste trabalho sobre Políticas Públicas:  http://www.fit.br/home/link/texto/politicas_publicas.pdf

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Opção pela dignidade

O Estado de São Paulo
Fórum do Leitor:


Entra no supermercado um homem jovem, vestido com roupas simples e bem postas, vem até o caixa onde estou e diz para a caixa: “Quero pegar um brinquedo para uma criança e não posso pagar”. A caixa olha para ele e explica com calma e delicadeza que “Isto é um supermercado, não uma entidade social, e para o senhor levar terá que pagar”. E a resposta do homem vem direta e sem contornos: “Sou pobre, favelado e tenho direito (de pegar e não pagar)”. A caixa, agora com espanto, educadamente repete o que já havia dito, e o homem dá a volta e se vai. Se sucedem com uma triste frequência histórias reais de estudantes e trabalhadores não comprometidos, irresponsáveis, arrogantes. O Brasil é a cada dia mais violento, brutal, socialmente desajustado. Este é o Brasil do nunca antes de Lula, da construção de um populismo vulgar e barato que se utiliza da fraqueza sem escrúpulos.

 O discurso do “sou pobre e tenho direito” é a desconstrução desrespeitosa da história de cada um de nós e deste país. Partir do zero e se fazer é lugar comum à história desta brava gente brasileira. O que guiou a todos estes foi dignidade, responsabilidade, retidão, tentar fazer o melhor de si, construir um futuro melhor. Ou seja: uma forte determinação. “Sou pobre e tenho direito” pode parecer lógico e justo para os ingênuos, mas é corrosivo, devastador para a construção de qualquer espírito vencedor. O Brasil que vem desconstruindo a pobreza antecede décadas a Lula e sua pseudo esquerda inconsequente e oportunista. É desonesto negar a história.

Ordem e Progresso. Leia-se “direitos, deveres e responsabilidade para Ordem; e seriedade e qualidade de trabalho para Progresso”. Sem isto não existe equilíbrio social. Aliás, sem isto não sobrevive um país.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Brasil Cycle Fair 2012 e a nova preocupação do setor

Hoje é o último dia da Brasil Cycle Fair que acontece no Centro de Exposições Imigrantes. É também o único dia aberto ao público, só a partir de 18 horas. A feira é voltada para o próprio setor, distribuidores e lojistas, principalmente no que se refere ao topo de linha. No material distribuído pela assessoria de imprensa da feira está que “o objetivo (é) de reunir o mercado brasileiro de bicicletas e torna-lo único”. São “400 marcas expostas..., importadores, fabricantes, indústrias e distribuidores”. É, sem dúvida, uma feira significativa, a melhor que presenciei. Mas falta ao setor dar um passo além e ter as duas feiras, esta e a que ocorreu no Center Norte, juntas. Vai ser complicado para boa parte dos fabricantes nacionais porque há um abismo de qualidade entre as nacionais e importadas.
Na feira ouvi de várias pessoas uma conversa assustadora para a bicicleta no Brasil. Está em andamento a criação de uma obrigatoriedade de certificação de toda e qualquer peça, componente e bicicletas, incluindo acessórios, pelo padrão IMETRO, o que pode complicar mais ainda todo o setor, em especial a vida dos importadores. A questão é a forma como querem fazer esta certificação, num processo nada prático e caro, bem brasileiro. Como praticamente não há como fazer testes e certificar aqui no Brasil, o processo terá que ser realizado no país de origem, nas fábricas. Todas as fontes falaram a mesma língua e a preocupação com o futuro é muito grande. A intenção inicial da certificação teria sido frear produtos de procedência para lá de duvidosa e de baixíssima qualidade, o que procede. Tudo indica que a boa intenção está prestes a virar um monstro em nome da proteção da indústria nacional. Conhecendo bem a história recente do aumento do imposto sobre as importadas para 35%, dá para imaginar um interessado em especial numa certificação bem burocrática, demorada, e principalmente cara. Ou é coisa do país de nunca mais. Ou os dois juntos. Vai saber. O fato é que mesmo com o aumento do custo final das importadas as vendas continuaram a crescer, o que aponta a desconfiança dos consumidores com o produto nacional, procedente aliás. O triste é que os nacionais não se dão conta que tem que melhorar a qualidade geral ou não haverá o que vá parar o crescimento das importadas. E mais triste ainda é a falta de interesse do Governo Federal em fazer um plano de reestruturação do setor da bicicleta no Brasil. Morre muita gente por falta de qualidade das bicicletas básicas vendidas no mercado, o que responde por 95% do mercado (se não for mais).
Um dos expositores disse que a saída é fazer como se faz com motos: produtos de qualidade comprovada no mercado internacional não precisariam passar pela besteirada. Do contrário um pneu, por exemplo, dos que são usados no Tour de France, Giro d’Italia, Vuelta de España, e outras, vai ter que vir com um selo do IMETRO, ou não entra no Brasil, o que só pode ser piada. Faz lembrar que na época dos militares alguém inventou que bicicletas de competição (na época só existiam as de estrada) eram feitas de um aço especial (cromo-molibdênio) que se derretido poderia se transformar em armas para terroristas. Risível. Uma bicicleta de ponta custava mais que um carregamento de armas. Só algumas pessoas conseguiam entrar com as bicicletas, normalmente amigos do então oligopólio. Felizmente depois de certo tempo a Polícia Federal passou a ter bom senso e a história da bicicleta no Brasil deu um imenso salto adiante. Infelizmente ainda tem gente que pensa como então.
Felizmente a questão da qualidade virou realidade. O melhor exemplo é trabalho fantástico de treinamento de mecânicos que está sendo realizado pelo Shimano, que tem reflexos imediatos nos procedimentos das bicicletarias que fizeram o curso. Eu, pessoalmente, fico muito feliz porque gritei quanto pude pela qualidade. Lembro o começo da Specialized aqui no Brasil onde o cuidado com todos detalhes era orientação da matriz e norma dos irmãos Dranger, então responsáveis pela marca. Na época assustava. Sim, boa qualidade já assustou muita gente.
Na feira eu só olhei as bicicletas de transporte, que aos poucos ganham um espaço cada dia mais significativo. Ótimo para as cidades. 


sábado, 13 de outubro de 2012

A circulação de pedestres em obras (Operação Urbana Faria Lima)

O Estado de São Paulo
São Paulo Reclama:


Moro no meio das obras da Operação Urbana Faria Lima, em Pinheiros. Chama a atenção o descuido geral com os pedestres. É grande a área onde se está aterrando fios e cabos, reconstruindo o sistema de águas pluviais e trocando todo pavimento, o que será ótimo para o bairro. Isto fez com que os caminhos da massa que ali circula fossem alterados, o que é natural numa obra deste porte. Mas isto não justifica alguns descuidos, até desrespeitosos, com quem por ali passa. Não acredito que exista acompanhamento de um especialista em circulação de pedestres que conheça o andamento das obras e com isto vá facilitando a circulação geral. Cuidados pouco onerosos com pequenos detalhes, começando pela limpeza, fariam grande diferença. Pedestres que passam pela obra e não podem ser obrigados a ficar sujos como um operário.

É necessário que a cidade de São Paulo tenha lei ou código (e consequente fiscalização) que obrigue a manutenção da qualidade de circulação de todos, em qualquer situação. Pouco cuidado com o pedestre e principalmente com pessoas com deficiência de mobilidade não é exclusividade de obras. Muito pelo contrário.

Infelizmente não se compreendeu ainda (o óbvio) que pedestres buscam sempre um caminho natural, normalmente o mais curto, e que lutar contra este instinto é tarefa difícil e, dependendo da situação, até mesmo impossível. Se não houver sensibilidade e inteligência no conduzir a massa é praticamente certo que algo irá acabar estragado, o que frequentemente acontece.

Também é triste ver a falta de esmero nos trabalhos, seja por conhecimento tosco do que está sendo executado ou por puro desdém ao bem comum.
 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Braz Leme e o burro com a cenoura


Não sei se já terminaram ou não, mas a mais nova ciclovia da cidade, a Braz Leme, é bem divertida. Teoricamente é uma ciclovia para todo uso e não somente para lazer, mas de qualquer forma é bem divertida. Quem tem o prazer de pedalar com técnica vai ter ali a possibilidade de se exercitar entre árvores, quase um verdadeiro single track de mountain bike. E, tal qual, se tiver o azar de pegar um ciclista lento ou uma criança à frente não vai poder ultrapassar por que é exatamente como no meio de uma picada de mata; muito estreito. Pode ser também um ótimo treino de pelotão, ou de paciência, como queira. Mesmo nos trechos em linha reta a ciclovia é bem estreita, um pouco mais larga que o guidão. Talvez seja igual a tantas outras, mas é ‘pertada’.
Para quem trabalha com projeto cicloviário a diversão vai mais longe, na direção do “rir para não chorar”. Que maldita mania temos de aceitar receber da Prefeitura inacabadas! É profundamente triste ver que todos nós, brasileiros deste país do nunca antes, perdemos a noção de qualidade e responsabilidade civil. Será possível que o que está lá é considerado obra entregue? Falta guia rebaixada; sinalização horizontal e vertical, principalmente nos cruzamentos com pedestres; falta plantar gramado num barranco que foi cortado (muito importante); orientação para quem entra e saí da ciclovia... Será que o projeto e sua execução teve participação de alguém que pedala? Duvido.
O que é muito bacana é que, para ser implantada, a ciclovia Braz Leme teve que roubar um pedaço da faixa esquerda de rolamento da av. Braz Leme, exatamente numa curva de alta velocidade e onde há uma série de guias rebaixadas para grandes negócios. Ótima novidade para a cidade. Vale comemorar a coragem? Espero que sim. Bom, enfim, o que é considerado técnica de mudança de geometria de via trivial até em Marte aqui, no “precisamos ver a segurança do ciclista (e pedestre)”, não é tão fácil de ser aceito . “Nossa realidade é outra” (sic). Sim, sim, de fato...; principalmente no que diz respeito a preservar o próprio emprego.
Infelizmente o que ainda temos é um minhocário e não um sistema cicloviário, sensato e integrado. Cada melhoria é bem vinda, de preferência bem feita. Como vivo repetindo: a situação atual não é responsabilidade só da Prefeitura, que é um prestador de serviços para a população. Quando só um grupelho reivindica ou reclama é porque a maioria está satisfeita.

 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

¼ dos ciclistas morre em vias calmas

para:
O Estado de São Paulo
São Paulo Reclama:

C8 | Cidades/Metropole | Domingo, 08 de Outubro de 2012 – O Estado de São PauloCaio do Valle – JORNAL DA TARDE
(link no final do texto)


Os acidentes envolvendo ciclistas em São Paulo fogem a lógica aparente dos números revelados mundo afora. Algumas razões são claras, outras estão longe de ser e mais longe ainda de interessar. Ter um alto índice de acidentes em vias tranquilas, no interno de bairro, longe de vias de trânsito pesado e rápido, pode indicar razões outras que a simples colisão entre ciclistas e automóveis ou motos. Para quem conhece bem a questão da bicicleta no Brasil é fácil de imaginar.
Infelizmente não há no Brasil um perito técnico especializado em acidentes envolvendo bicicletas, assim como não há legista especializado em ciclistas. Este seria o estágio zero para ter acesso a realidade, mas tudo indica que não temos sequer uma estrutura adequada para fazer perícia de qualidade em acidentes com veículos motorizados. Perícia é pesquisa, e pesquisa infelizmente não é o forte do Brasil porque custa e é invisível. É comum que a cena do crime ou acidente não seja preservada... Acidentes ocorrem por uma série de fatores diretos e indiretos. Os diretos costumam ser óbvios. Os indiretos, felizmente para alguns, ainda passam batidos.
Crê quem quer que placa de trânsito 30km/h faz uma rua calma. A placa está lá, é oficial; se houver acidente a responsabilidade não é mais da autoridade de trânsito. O mesmo se não houver placa alguma, porque está no CTB. Acalma-se ruas ou bairros pela mudança de geometria de suas esquinas e cruzamentos, o que até pouco tempo foi considerada medida duvidosa e temerária, apesar da eficiência comprovada em todas as partes do mundo e pela ciência física pura. Terá a fluidez alguma influência nesta visão peculiar? Com o traçado urbano da periferia não será interessante não retardar o trânsito de passagem? Como a autoridade da fiscalização do trânsito está dividida entre a CET e a Polícia Militar, fica difícil controlar qualquer situação anormal. Quem manda naquela situação?
Não se fala em declividade, sinalização inapropriada ou que induz a erros, interferências visuais, uso de celular, fones de ouvido... A foto de Nilton Fukuda (AE) publicada na matéria mostra uma topografia bem acidentada e buracos. A maioria das bicicletas básicas vendidas no Brasil tem uma qualidade geral muito precária, principalmente no que diz respeito aos freios, aros e pneus. Nunca se fala sobre falta de freio, baixa qualidade da bicicleta, imenso mercado informal de bicicletas montadas zero km...
Mas o texto cita “o perigo aumenta depois do anoitecer (Prof. Celso Franco Peixoto, FEI)”, mas não cita que bicicletas de produção nacional vêm ou sem refletores (obrigatórios pelo CTB) ou com refletores de péssima qualidade que logo estarão perdidos ou caídos no asfalto; e por isto mesmo não são instalados nas bicicletarias.
O problema da bicicleta no trânsito, e dos consequentes acidentes, é consequência de uma série de detalhes, cujo pior é a ignorância sobre o que realmente está acontecendo. Minimizar as razões para quatro ou cinco causas é extremamente interessante para manter o status quo (e alguns empregos).

Integra da matéria do Estadão.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,14-dos-ciclistas-morre-em-vias-calmas-,941481,0.htm 

E um agradecimento especial ao Caio do Valle, responsável pela matéria, que se torna o primeiro jornalista (em mais de 30 anos de ativismo) a responder um texto meu sobre bicicletas e ciclistas, mostrando compreensão e interesse por meus pontos de vista.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Me engana que eu gosto


A maioria que vive o dia a dia do ir e vir para o trabalho neste trânsito enlouquecedor quer melhorias no sistema viário, mais avenidas, mais faixas de rolamento, pontes, viadutos e túneis, mais transporte coletivo, metro, monotrilho... A felicidade do povo é o óbvio. O voto normalmente vai para aqueles que conseguem vender sonhos, quando não delírios, visíveis, quase palpáveis pelo imaginário distorcido do eleitor. E assim vamos carregando a vida da cidade pela estrada do visível / invisível. Bom que é bom é bom. Sobre coisa ruim é melhor nem falar. A dualidade entre o bem e o mal religiosa. Haja fé cega! Será o bom visível e o mal invisível?

Dentro deste o bom é o óbvio imagine só convencer ciclistas e pedestres conscientes a apoiar uma proposta de investimento pesado na troca do sistema semafórico de toda a cidade para dar maior fluidez ao trânsito. “O importante é construir ciclovias...”, vai responder 10 em 10 ciclistas. Um sistema semafórico completamente integrado e inteligente permitiria aumentar a baixíssima velocidade média da cidade, o que diminui a tensão geral, melhora o ar e aumenta a segurança de todos, inclusive e principalmente pedestres, deficientes e ciclistas. Ciclovia é visível; eficiência é invisível, abstrato, fora dos nossos parâmetros de óbvio. Vote em ciclovia e ciclo faixa.

Nossas cidades não têm mapas de qualidade. Por que não apoiar quem se comprometa a fazê-los? Qualquer cidade minimamente organizada tem pelo menos três mapeamentos: +3 metros, zero, -3 metros (subsolo, solo, construções). Cada concessionária tem seu mapa e Prefeitura geralmente briga para saber o que há debaixo de sua responsabilidade legal. Dai o Google Earth ter sido
uma ferramenta precisíssima de trabalho para funcionários sérios. Hoje caça-se menos cabos, canos, dutos, tubulações e outros, mas a situação ainda é muito precária. Não raro alguém mete a picareta e corta o que é de outro, causando obras demoradas. Perda de tempo, perda de dinheiro, perda de eficiência, aumento de insegurança, danos a saúde pública... Quem apoia um programa
político que fale sobre mapas e outras informações pertinentes? Não é nada óbvio.

Quem já viu uma plotadora sobre rodinhas? E uma sala cheia de computadores e outros eletrônicos sem tomada? Quem apoia um plano de melhoria de condição de trabalho para funcionários públicos?

Há uma infinidade de “detalhes” que desconhecemos. Não há condição de se colocar na mesa e realidade bruta da cidade, principalmente no que tange ao administrativo, à eficiência. Assusta. Vota-se no que é burramente óbvio. Me engana que eu gosto.
 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

NY Times: a Europa e os capacetes

http://www.nytimes.com/2012/09/30/sunday-review/to-encourage-biking-cities-forget-about-helmets.html?emc=eta1&_r=0
Reginaldo o outro dia me disse sobre uma palestra da por um Europeu: "Se nós falamos isto ninguém escuta. Se um estrangeiro fala, todo mundo (mundo dos brasileiros) vem ver". Pura verdade! Triste!
Nelson Rodrigues dizia que o problema do Brasil era o nosso complexo de inferioridade (no futebol). Frase brilhante, mas não só no futebol.