A maioria que vive o dia a dia do ir e vir para o trabalho neste
trânsito enlouquecedor quer melhorias no sistema viário, mais avenidas, mais
faixas de rolamento, pontes, viadutos e túneis, mais transporte coletivo,
metro, monotrilho... A felicidade do povo é o óbvio. O voto normalmente vai
para aqueles que conseguem vender sonhos, quando não delírios, visíveis, quase
palpáveis pelo imaginário distorcido do eleitor. E assim vamos carregando a vida da cidade pela
estrada do visível / invisível. Bom que é bom é bom. Sobre coisa ruim é melhor
nem falar. A dualidade entre o bem e o mal religiosa. Haja fé cega! Será o bom
visível e o mal invisível?
Dentro deste o bom é o óbvio imagine
só convencer ciclistas e pedestres conscientes a apoiar uma proposta de investimento
pesado na troca do sistema semafórico de toda a cidade para dar maior fluidez
ao trânsito. “O importante é construir ciclovias...”, vai responder 10 em 10
ciclistas. Um sistema semafórico completamente integrado e inteligente
permitiria aumentar a baixíssima velocidade média da cidade, o que diminui a
tensão geral, melhora o ar e aumenta a segurança de todos, inclusive e
principalmente pedestres, deficientes e ciclistas. Ciclovia é visível; eficiência
é invisível, abstrato, fora dos nossos parâmetros de óbvio. Vote em ciclovia e
ciclo faixa.
uma ferramenta precisíssima de trabalho para
funcionários sérios. Hoje caça-se menos cabos, canos, dutos, tubulações e
outros, mas a situação ainda é muito precária. Não raro alguém mete a picareta
e corta o que é de outro, causando obras demoradas. Perda de tempo, perda de
dinheiro, perda de eficiência, aumento de insegurança, danos a saúde pública...
Quem apoia um programa
político que fale sobre mapas e outras informações
pertinentes? Não é nada óbvio.
Quem já viu uma plotadora sobre
rodinhas? E uma sala cheia de computadores e outros eletrônicos sem tomada?
Quem apoia um plano de melhoria de condição de trabalho para funcionários públicos?
Há uma infinidade de “detalhes” que
desconhecemos. Não há condição de se colocar na mesa e realidade bruta da cidade,
principalmente no que tange ao administrativo, à eficiência. Assusta. Vota-se
no que é burramente óbvio. Me engana que eu gosto.
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