terça-feira, 16 de março de 2021

É a economia, é a saúde, ou é o desprezo pela vida?

Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo

É deprimente o aumento exponencial de mortes causadas pela pandemia e pela completa inépcia do Governo Federal, mas é necessário dizer que morrer de forma não natural faz parte da cultura nacional, não fez diferença no passado e só talvez por estar parando a economia faça diferença agora. Sempre tivemos números vergonhosamente campeões mundiais de todo tipo de violência, assassinatos, mortes de trânsito e sequelados inclusive por acidente de trabalho, o pior de todas as mortes. Dr. Boulos disse, em entrevista a Rádio Eldorado, não entender este desprezo do brasileiro pela vida. Eduardo Giannetti em entrevista ao Manhattan Conection, falou sobre a formação ética (brasileira) e seu forte individualismo selvagem. Dane-se o outro! Passamos e muito o momento de abrir uma discussão séria e objetiva sobre morte e suas consequências macro sociais e econômicas para o país. Reverter fatores culturais atávicos e profundamente enraizados como o "mata!" ou o "morreu, morreu, antes ele que eu", dentre outras jabuticabas, não será fácil, mas determinante para termos bom futuro. Esta na hora de falar abertamente que não é só a dor da morte para quem fica, mas o brutal custo Brasil inerente ao inútil, desnecessário, sem sentido, improdutivo. Morrer todos morreremos e tudo passará, disto ninguém e nada escapa. Outra coisa é estupidez completa, com que brincamos sem medir as consequências. O resultado está ai e é pandêmico. Morrerão muitos mais, mas o custo mortal desta nossa singela displicência pagaremos caro todos, estejam  certos. 

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