Mandei a ideia de aproveitamento das pontes desativadas para uma amiga com bastante prática com a coisa pública e a resposta dela foi a seguinte:
A principal razão que vejo para que a ponte velha do Morumbi nunca seja utilizada, e futuramente demolida, é justamente o projeto acima, de hidrovias no Tietê e Pinheiros. Essa é a razão para que todas as pontes novas sejam tão altas. Não vão investir num projeto que não tem futuro, mesmo que seja tão remoto.
Minha resposta:
Rio Pinheiros tem pouca profundidade, não permite e não permitirá navegação de grande calado. Para conseguir isto eles têm que dinamitar boa parte do fundo do rio. E este não é o único problema. Navegação no Pinheiros... duvido.
Outra coisa, sai muito mais barato (para a cidade) utilizar a ponte desativada do Morumbi (mesmo que seja até a execução do projeto das hidrovias).
Mais, ligar a cabeceira (das pontes desativadas) não excluí futuramente implodir a velha ponte.
Falo eu aqui:
Minha amiga está certa, sabe o que fala, vão usar qualquer argumento para evitar fazer o que não os agrada, esta é uma técnica velha e usual da coisa pública brasileira, por isto o país não vai para frente. Temos uma lei de Licitação, a 8.666 (oito de infinito, 666 o número da besta do apocalipse), que é ruim, para dizer o mínimo, que faz com que tudo demore uma barbaridade e apresente problemas, como a cada licitação sob seu domínio se prova, enfim, uma...... Mais, até o poder público discutir o projeto, chegar a conclusões, colocar no papel o que pretende, mandar para os revisores, apresentar para concorrência, fazer a licitação, escolher o vencedor, começarem as obras.... e finalmente, se for o caso, implodirem as pontes desativadas... vai tempo, muito tempo. Vou ser bonzinho e colocar 10 anos. Quanto a cidade economizará em 10 anos de bom uso das pontes desativadas por ciclistas e pedestres? Qual o benefício em saúde, transporte, emissão de carbono? Qual é o custo / benefício do gasto de se fazer os acessos? Neste mesmo sentido pergunto qual foi o custo / benefício da reforma completa das marginais Tiete e Pinheiros executada pelo Governo Estadual Serra? Provavelmente já se pagou a muito em se pensando em macro economia. O mesmo para estes acessos que eu tanto sonho.
Por outro lado, coisas como estas não saem porque não há pressão popular. O que temos hoje para ciclistas não veio por pressão popular, do grande público que pedala, mas por vontade de um punhado de sonhadores e uns pouquíssimos atores públicos e políticos.
Dá para fazer? Claro que dá. É só ter vontade. Melhor, é só ter um pouco de visão sobre uma vida melhor.
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