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O Estado de São Paulo
As calçadas das pontes Cidade Jardim e Cidade Universitária são os acessos às ciclovias do Rio Pinheiros. O conflito entre ciclistas e pedestres na estreita calçada é constante mesmo durante a semana, principalmente em horário matinal de pico, momento preferido para o treino dos ciclistas. Nos fins de semana a situação fica insustentável. O sonho que as autoridades de trânsito têm que o ciclista acesse a ciclovia empurrando a bicicleta só pode ser entendida como total ignorância do que é um ciclista. Ciclista não desmonta e raramente empurra, é um fato que qualquer planejador sério do planeta sabe de cor e salteado. Nas duas primeiras semanas de funcionamento da Ciclo Faixa de Domingo a CET delirou que "em nome da segurança dos ciclistas" conseguiria obrigá-los a desmontar e empurrar a bicicleta em alguns cruzamentos. Não é seguro porque dentre outros "detalhes" atrapalha o pedestre. Virou piada, gerou longas e sonoras gargalhadas e um "não se fala mais nisto".
A Prefeitura vem gastando a olhos vistos na reforma e implantação de ciclovias e ciclofaixas. Seria sensato que o Secretário dos Transportes e ou um dos seus assessores diretos fossem até as pontes Cidade Jardim e Cidade Universitária para ver in loco o que acontece. Sei que a solução não é fácil, mas para isto serve a inteligência.
Ponte Cidade Jardim, domingo, 10:50 h; lá na frente, do lado de fora da barreira, um corredor |
O número de ciclistas circulando pela cidade aumenta a cada dia, mais ainda nos fins de semana. Resolver os problemas que se avolumam com o aumento desenfreado de ciclistas deveria ser prioridade absoluta. Perenizar o uso da bicicleta está diretamente ligado a qualidade do que é ofertado ao ciclista, não a quantidade. Muito do desrespeito dos ciclistas para com os pedestres, o problema mais crítico que temos hoje, está de certa forma sendo estimulado pela própria Secretaria de Transportes quando não corrige erros de projeto, mas com mais quilômetros busca aplausos e votos.
Como sugestão chamo a atenção que próximo à Estação Jaguaré há uma rampa de acesso desmontada tomada pelo mato e enferrujando que deveria fazer a ligação entre a ciclovia Rio Pinheiros e o Parque Villa Lobos, o que pode ajudar a diminuir o fluxo de ciclistas na Ponte Cidade Universitária.
Recomendo também que olhem com respeito os pedestres trabalhadores que no horário matinal de pico circulam pela rua Dr. Cardoso de Melo entre a rua (avenida) Funchal e a Marginal Pinheiros, onde se encontra a Estação CPTM Vila Olímpia que também é um dos acessos (por uma escada perigosa) para a ciclovia Rio Pinheiros.
Deixo ainda a ideia de se aproveitar as velhas e desativadas pontes Morumbi e Jaguaré para que ciclistas possam cruzar para outra margem do Rio Pinheiros sem ter que enfrentar o trânsito pesado de veículos. Um acesso à ciclovia do Rio Pinheiros pela velha e desativada Ponte Morumbi provavelmente diminuiria e muito a circulação de ciclistas pelas Marginais, em especial a sentido Santo Amaro / Socorro.
Não preciso aqui dizer que o CTB estabelece calçada como direito pleno do pedestre. Manter os acessos como estão é um crime - literalmente.
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