segunda-feira, 6 de julho de 2020

Eu, eles e o desejo de mudar

Impressionante o que esta baderna pandêmica está fazendo com a cabeça das pessoas. Gente que passou a vida decidindo e o fez com qualidade agora não sabe o que e como fazer para ajudar os outros passar pela crise. É fato, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. A vida me ensinou uma regra sagrada: quando não sabe o que fazer faça algo, o que quer que seja, se estiver muito fora da realidade, faça algo diferente, mas não pare de fazer, não pare de tentar. E nunca jogue fora o que já fez; nos erros pode estar a resposta. 

Tenho amigos de qualidade que têm muito a oferecer neste momento. Aliás, tem muita gente com história, formação e qualidade de trabalho que quer fazer algo e não sabe o que. A meu ver, a questão é que estão acostumados a olhar o macro, o cenário maior, não o detalhe, e em momentos como este é nos detalhes mais improváveis que podem estar saídas. Quem não ouviu uma simples frase ou até uma palavra que fez muita diferença na vida. Várias delas foram fundamentais para minha vida, me ajudaram muito mais que leituras, aulas, longas conversas. Foram a palavra certa no momento certo.

O planeta está jogando seu futuro e nós, brasileiros, mais ainda. A maior parte da população comete erros que pereniza sua própria pobreza civilizadora e, pior, sua mediocridade. Qual é a palavra mágica que mudaria seus futuros? 

No Santo Américo, no dia de minha expulsão encontrei por acaso o professor de música no corredor, que me parou e me deu uma palavra de estímulo e confiança que foi crucial naquele momento e serve até hoje.
Minha mãe me passou o seguinte sabão: "Não interessa o que o outro fez de errado para você (eu), interessa o que você fez para ele agir assim com você". 
Também dela: "Não me interessa o que você está dizendo que vai fazer. Isto não vale nada. Faça, cumpra, prove". 
Estas e outras acabaram virando diretrizes em minha vida.

O que fez diferença para você? O que você pode passar para frente agora que ajudará outros a sair desta horrorosa situação mascarada que ninguém sabe ao certo que cara tem?

Palavra correta no momento correto só pode existir quando esta é dita no tom e forma corretos, ou não será entendida pelo ouvinte. Se nós, a dita elite, mantivermos nosso discurso educado, rebuscado e não raro incompreensível para eles, jamais vamos ensinar a maioria a pescar. Outro erro é partir do princípio que eles não têm capacidade de entender algumas coisas. É de uma arrogância vergonhosa e desonesta. 
A saber, no meio dos meus amigos bonitinhos o uso da bicicleta foi motivo de gozação e bulling por décadas. "Bicicleta é coisa de pobre" só parou quando virou moda e das caras. E no meio destes bonitinhos coloco urbanistas, sociólogos, historiadores e outros que deveriam, até por profissão, saber do que se trata "bicicleta". 
A saber: segundo Eduardo Giannette Fonseca as fortunas aqui no Brasil trocam de mãos a cada 40 anos. Pelo que leio muitos destes novos ricos vem lá de baixo. 

Tudo é questão de comunicação; o conteúdo temos.

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