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O Estado de São Paulo
É inaceitável a afirmação de "que fomos pegos de surpresa pela pandemia" como escreve José Serra em seu texto "Sobre filas e descompasso da urgência social". Como assim "fomos pegos de surpresa"? A pandemia vinha se espalhando impiedosa pelo planeta meses antes de ter chegado no Brasil, era líquido e certo que aqui também chegaria e não fizemos nada. O deprimente descompasso na urgência social é responsabilidade de toda sociedade brasileira, em especial das autoridades eleitas, todas, mais uma vez ineptas. Não se poderia esperar outra coisa de um Brasil que sambou o carnaval dislexo - utópico de Dilma e atualmente vai ajoelhado frente a um severo transtorno de personalidade antissocial de Bolsonaro. Impera uma esquizofrenia generalizada de todos poderes, em todos níveis, para não dizer geral, repito, de toda sociedade.
Dilma e Bolsonaro são reflexo perfeito da maioria dos brasileiros: por um lado uma maioria que fala desarticuladamente de mudanças estruturais e sociais de fato urgentes, por outro uma maioria dos que têm um autoritarismo atávico que "resolve tudo", o nosso trivial "você sabe com quem está falando?" País de duas maiorias, sem nenhuma sabedoria, disfuncional. O descaminho destes nossos atavismos faz o Brasil caminhar a cantarolar eternamente na borda do precipício. Até a sociedade científica internacional se pergunta o que pode ser mais mortal, se Bolsonaro ou o Covid-19. Nenhum dos dois. Nosso inimigo mortal é a completa incapacidade de ter um mínimo de organização e bom senso.
Num país com altíssimo índice de pobreza e informalidade a urgência social previsível nesta pandemia é urgente urgentíssima, para dizer o mínimo.
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