domingo, 10 de maio de 2020

Ineos Petroquímica e os patrocínios ao esporte

Dois dias antes do início de nossa bagunça pandêmica o Financial Times publicou a matéria especial de página dupla "Ineos: why Jim Ratcliffe is mixing petrochemicals and sports" (Monday 16 March 2020). Infelizmente o link é só para quem assina. Eu li a matéria no jornal que me foi trazido de Londres por uma amiga, Cristina.
Fiz estas anotações na época para começar a escrever sobre a questão dos patrocínios ao esporte; (meio) SIC do Financial Times, (por conta de minha tradução):
  • Empresa com nome sujo limpando o nome com esporte.
  • Ineos patrocinando futebol, F1 (Mercedes), ciclismo, corrida a pé, barco a vela.
  • No projeto da Ineos um esporte ajuda o outro com expertise específico e com seus centros de treinamento (interessante)
  • "A maioria não faz ideia do que é Ineos ou o que outro patrocinador faz, e o patrocínio não afeta as vendas no mercado químico, mas está jogando uma imagem positiva na companhia."
  • Questão ambiental.
Não faço ideia de como ficará estes patrocínios da Ineo daqui para frente. Fato é que o mercado do petróleo derreteu do dia para a noite. Aliás, ninguém faz ideia de como ficarão todos os patrocínios esportivos, dos atletas, das equipes e até mesmo dos eventos.
Para quem quer saber quem é a Ineos: Ineos se esforça para se tornar o maior produtor de petróleo e gás do Reino Unido.

Bom artigo para ser lido e bom momento para pensar sobre esportes, tão cruciais em nossas vidas: 
  • O que são de fato as empresas que patrocinam esportes, bens sociais e culturais na vida real? 
  • A importância destes patrocínios ninguém tem dúvida, mas qual o custo / benefício destas ações computando todos fatores envolvidos? 
  • Dá para ter um filtro para os patrocinadores? 
  • Como formar entre esportistas amadores e torcedores a cultura de apoiar empresas corretas e não comprar de empresas problemáticas? 
  • As empresas que patrocinam os esportes têm objetivos outros além dos óbvios?
O outro lado da moeda é o patrocinar um esportista de péssimo carácter e comportamento social. No ciclismo temos talvez o pior de todos exemplos, Lance Armstrong, que para quem não sabe não só foi excluído do ciclismo por doping como varrido de qualquer esporte por ameaçar pessoas com quem trabalhou (trabalhou?) e outras próximas. Duvido que os patrocinadores não soubessem de nada antes do estouro do escândalo. São inúmeros os casos de atletas que são péssimos exemplo para a sociedade e mesmo assim foram patrocinados. E as consequências sociais, como ficam?
Deslealdade e práticas pouco recomendáveis sempre fizeram parte da história dos esportes. Erros no esporte acabam sendo uma boa oportunidade para a população em geral discutir, portanto pensar os erros da própria sociedade e fazê-lo em paz. Não faça guerra, faça esporte é uma das melhores ferramentas de paz existentes. Garantido, bons resultados, em todos sentidos.

Não sei se sou contra ou a favor do árbitro de vídeo e outras tecnologias de precisão que diminuem o fator humano no resultado dos esportes. Aprendemos mais com nossos erros que com nossos acertos.
O charme secular do esporte está numa certa dose de imprevisibilidade.

Dinheiro pesado dos patrocínios está criando problemas para vários esportes, inclusive a F1. Para tudo tem limite.

Richard Denton, professor of marketing at Johan Cruyff Institute, takes an in-depth look at the Covid-19’s impact on the sport sponsorship industry and reviews past crises, such as the 2008 financial crisis or the 2001 terrorist attack in New York

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