terça-feira, 25 de junho de 2024

De quem é a culpa?

Chamaram uma reunião de condomínio para finalmente resolver o teto mofado do banheiro do 4° andar. O condomínio tinha feito todas as inspeções possíveis e não havia mais nenhuma dúvida que o problema era no 5° andar. O edifício era pequeno, todos se conheciam, chegaram se cumprimentaram, trocaram conversas triviais e depois de algum tempo iniciaram a reunião. Tudo de acordo, tudo bem, até que o síndico avisou a proprietária do 5° andar que teriam que quebrar o banheiro dela para corrigir o vazamento. Antes que ele terminasse suas explicações ela, enfurecida, começou a dizer que o problema não estava no dela, mas no 3° andar.
- Desculpe, mas como assim, está no 3° andar? O problema é no apartamento abaixo do seu. O 3° andar fica abaixo do... 
E antes que ele terminasse, a proprietária do 5° andar bateu o martelo:
- Como pode ser do meu? Nunca! Lá não mexem! Água sobe. Água não desce. O problema está no 3° andar. O meu não tem nada com este vazamento.
A reunião terminou em gargalhadas com a proprietária do 5° saindo furiosa e batendo a porta. 
Enfim, ali água sobe.


Estava eu trabalhando num terceiro andar com boa vista para a rua. Saí do computador um pouquinho para descansar e fui ver as pessoas na rua. Vejo um pedinte de muletas, bem conhecido no bairro, se aproximar de homem jovem e pedir ajuda. O homem, calmo, respondeu algo e não deu nada. O mendigo desandou a dar bengaladas no homem, que em própria defesa o empurrou para trás. Não foi um movimento violento, mas um "para com isso". O pedinte ainda tentando acertar bengaladas no homem, e não conseguindo, se atirou no chão e começou a gritar. Abri a janela para ouvir a gritaria. Uma senhora que passava na outra calçada cruzou a rua e desandou a gritar furiosamente com o homem, também ameaçando bater nele. O homem, até que calmo para a situação, tentava argumentar. O mendigo, com sua nova protetora ao lado, urrava mais alto ainda. Desci correndo e fui contar para mulher o que tinha visto. Ela não me deu ouvidos e a confusão só piorava. Por sorte surgiu uma viatura da polícia. O policial parou o carro e ainda da janela falou para o pedinte: "Você de novo?" O pedinte imediatamente calou a boca e fez cara de quem tinha se metido em encrenca. Os policiais desceram da viatura, contaram para a mulher que o pedinte tinha várias passagens por agressão, exatamente daquela forma, a bengaladas. No mais completo silêncio o pedinte foi levantado pelos policias, colocado na viatura e levado para delegacia. A senhora, sem pedir desculpas, sumiu discretamente.


- Como você entra nesta rua sem olhar?
- Desculpe, mas você está pedalando na contramão...
- Você está dizendo que eu sou o culpado? Quem vai pagar o conserto da minha bicicleta? Quem vai pagar o tempo que vou ficar parado?


O pedreiro estava cortando o piso com a talhadeira. O acabamento estava ficando ruim. O dono do imóvel foi reclamar, o pedreiro disse que não tinha como fazer de outra forma porque só tinha aquela ferramenta. O dono foi na sua oficina, pegou a sua máquina elétrica, levou até o pedreiro, perguntou se ele sabia trabalhar com ela, ele respondeu que sim. Pegou a máquina e continuou o trabalho. Terminado o dia, o pedreiro saiu, o dono fechou a porta, foi tomar um café. E lembrou da sua máquina. Não achou. No dia seguinte chega o pedreiro, o dono pergunta sobre a sua máquina e o pedreiro na maior cara lavada responde:
- Era sua? Está em casa. Pensei que fosse a minha.
- E como você vai fazer o trabalho hoje? 
- Ué, com a talhadeira. Se ficar ruim a culpa não é minha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário