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Acabo de desembarcar do cruzeiro MSC Seaside sobre o qual foi divulgada uma confusão a bordo ocorrida em razão da não parada do navio, prevista no roteiro, em Tenerife. Um cruzeiro com 2.400 passageiros, sendo 1.800 brasileiros vindos das mais diversas regiões e com ampla diferença sócio-econômica, um ótimo mostruário do está acontecendo no Brasil. O que se viu foi deprimente. Um grupo enfurecido exigindo a parada em Tenerife juntou-se no lobby do navio, intimidando funcionários e assustando os presentes, invadiu e acabou aos urros um ótimo show no teatro lotado, dentre os urros um sonoro "É sobre meu dinheiro!", obrigaram presença do comandante do navio por duas vezes, o cercaram, interromperam sem parar sua fala enfiando o dedo em riste na cara dizendo que estava na presença de juízes, desembargadores e advogados. Felizmente a horda não conseguiu apoio da maioria dos passageiros, mesmo tendo um feito esforço de pregação com organização a beira do profissional. Não paramos em Tenerife. A viagem seguiu tensa, segundo vários tripulantes de uma forma que nunca sentiram. Vencidos, uns poucos revoltados seguiram agindo na tentativa sabotar a viagem. Instigaram tripulantes ao motim, falaram grosso, fizeram grosserias, comportando-se de forma bem pouco civilizada. Soube-se de um caso de agressão a tripulante. O exemplar treinamento de qualidade de atendimento MSC fez com que a assustada tripulação seguisse seu excelente trabalho conseguindo amainar a situação. Passageiros com prática de décadas de cruzeiro disseram nunca ter vivido situação sequer semelhante.
A comunicação da MSC pode não ter sido, e não foi, a melhor ou mais clara, mas absolutamente nada justifica o comportamento selvagem do grupo que teve todos tons de movimentos ensandecidos e incendiários, ditos sociais, impossível de justificar em qualquer situação. Como que em nome da moral e bons costumes tão em pauta no Brasil buscaram justiça para seus próprios direitos individuais (vale a hipérbole), ou seja, fazer compras na "tax free" Tenerife. Deram exemplo de extrema mesquinharia e de uma pobreza de educação sem fim. Alguns pediram desculpas depois, mas o mal já estava feito.
Pesquisas nacionais de alta qualidade realizadas por órgãos registrados na Justiça entrevistam um público de aproximadamente 1.800 pessoas, o número de brasileiros embarcados no MSC Seaside. O erro varia de 3 a 5% como todos sabem. O que se vi a bordo do MSC Seaside foi a maioria dos passageiros repudiando a baderna ocorrida. Espero que esta sensatez se repita nas próximas eleições ou o barco Brasil corre sério risco de inevitável naufrágio.
A saber, o comandante do navio em alto mar é a autoridade máxima e incontestável, qualquer idiota sabe disto. Também a saber, a maravilhosa Las Palmas, onde paramos e vizinha de Tenerife, também é tax free. E por pura ironia do destino encontrei a brasileira que urrou "É sobre meu dinheiro!" saindo de uma loja em Gênova dizendo "Eu sou brasileira e eles (italianos que a atenderam) que entendam quando digo obrigado". Cereja perfeita para o bolo azedo.
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