domingo, 17 de abril de 2022

eu, meu, não, para!; quero ser rico.

"Eu? Meu; não, pára!; Quero ser rico, não quero trabalhar!" Mais que palavras, esta é a definição de uma pessoa que conheço. Não, é a definição de várias pessoas que conheço. Não, não, não; é a definição desta sociedade que estamos vivendo.    

A repetição de algumas palavras ditas por uma pessoa é caminho seguro para saber sem engano quem ou o que é esta pessoa. A pessoa em questão demonstra em palavras individualismo, boa dose de egoísmo e insegurança. Todos selfies não mentem. E vitrines, Ferraris, Porsches, Teslas, bebidas, baladas, times de futebol...  "Isto é meu e ninguém bota o dedo!" Eu, tu, ele, nós, vós, eles.

Nem precisa ouvir, conversar ou conviver com a pessoa para chegar a algumas conclusões, basta olhar. O fascinante do nosso zoológico, o humano, é que as variações são sutis, quase infinitas, mas se repetem, são fáceis de identificar. Não importa se estão vestindo a mesma marca de roupa, se querem pertencer ao mesmo grupo social, se vem de uma cultura semelhante, o genético de cada um define traços de carácter que fazem do mesmo aparente algo completamente diferente. E no fundo igual. Adorei a frase de um tio: Não dormi debaixo da cama deles para saber como é (no caso o relacionamento).
Pau na periquita, somos todos iguais.

Entendo a boa intensão do politicamente correto, já ouvi intelectuais, especialistas, palestras e discussões sobre o tema, concordo com boa parte do que dizem a favor, mas aprendi muito com o politicamente incorreto, principalmente no que diz respeito ao que não está aparente. 

Não resta dúvida que politicamente correto está inserido no efeito boiada. Construir uma sociedade melhor sem dúvida é uma boiada das boas, só resta saber se nesta pastagem de capim verdejante, sombras de árvores e água para beber não cairemos no matadouro. 

Meu corpo é uno, mas meu funcionamento não é. Minha língua só não arde no inferno porque o diabo se diverte com ela. E só não morri com raio na cabeça (do pau, que deve ser pior, muito mais dolorido) porque Deus sabe que na hora "h" não costumo falhar. Sou fiel a respeitar e seguir princípios politicamente corretos o que não me tira o direito de ser completamente desbocado. Benção Santo Chico Anísio, benção Santo Ary Toledo, benção Santa Dercy Gonçalves, benção Santo Agildo Ribeiro, peço a benção a todos os santos comediantes.

É lógico que quero ser rico. É lógico que quero tirar na loteria e não quero pouca merda. Infelizmente não tirei os $189.000.000,00 de Euros que ainda estão em jogo aqui na Itália. Se por piada um dia tirar a sorte grande que não seja pouco. A bem da verdade não faço a mais remota ideia do que vou fazer, ou talvez faça. Definitivamente quero continuar trabalhando. Definitivamente quero continuar pensando. Não consigo ficar insensível ao que vejo. Cada vez que faço um jogo questiono o que sou, sai muito mais barato e te deixa muito mais louco que uma psicóloga.  

"Eu? Meu; não, pára!; Quero ser rico, não quero trabalhar!"
O que é ser rico? O que é riqueza? Para que serve riqueza? Riqueza para quem? Para que? De quem ouvi a frase que gerou este texto digo que se ficar rico vai definitivamente ficar pobre. Entenda como quiser.

Politicamente correto remete ao fortalecimento do que somos como zoológico humano, exatamente a mesma espécie de todo zoológico, de toda fauna, que é um câncer para o planeta, que a cada dia mais rapidamente leva todos, humanos ou não, a extinção. 
A verdade é que comparado ao jeito que era, melhorou, mas continua sendo e não pode continuar. Os diferentes são filhos de Deus, leia-se da bio diversidade deste planeta. Extinguí-los em nome do tacanho é de uma pobreza infinita. Neste sentido bem vindo o movimento politicamente correto. Mas que não pare no humano. Aí será um selfie politicamente muito incorreto.


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