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O Estado de São Paulo
Entramos no sexto mês da pandemia no Brasil, ou seja, passaram 150 dias, melhor, desperdiçamos 150 preciosos dias quando poderíamos ter mudado a história deste país. Neste período muito se falou em saídas para a macroeconomia e proteção aos mais pobres, mas praticamente nada se falou sobre ensina-los a pescar. Mesmo antes da pandemia, no pós desastre econômico deixado por Dilma e o PT, já se dizia que a confusão demoraria entre dois a três anos na macro economia, caso fosse feito tudo certinho, mais uns 20 anos no geral, dado as distorções sociais que temos, principalmente a educacional que faz que nossa produtividade no geral seja muito baixa. A catástrofe não decorre só de nossa péssima educação formal, a das escolas, mas da educação informal, a educação social, civilizatória, que vem e contém valores coletivos, os mais diversos e até antagônicos, que apontam para um norte comum ou aproximado, aquele que leva um povo à coesão social, a entender, aceitar e aplicar a velha sabedoria do "unidos venceremos". Nada a ver com patriotismos, moralismos, determinismos baratos, mas com um ponto futuro melhor. Quase 70% da população brasileira não tem condição de esperar pela melhora macro; mais, são dignos, altivos, querem fazer seu próprio futuro porque mais uma vez se sentem, com razão, que estão sendo largados para trás. Tem razões de sobra para não confiar mais nos responsáveis pelo macro e traçam o próprio caminho, os números não mentem. Mesmo que tenhamos desperdiçado seis meses, nunca é tarde para estender a mão para esta massa. Em qualquer situação de perda de controle, como a que esta pandemia expõe, é dever dos mais preparados estender a mão, segurar o outro com firmeza, pés firmes no chão, e traze-los para a segurança um passo por vez. A carência é tão grande que um pequeno conhecimento passado com boa vontade e respeito faz muita diferença. Não é quanto dar, nem simplesmente dar, mas como dar autonomia. "Não ajuda, não quero que me levantem do chão, quero que me ensinem a ficar em pé e sair caminhando com minhas próprias pernas". A baixa renda não é só uma armadilha que pode aprisionar toda uma geração na renda básica e deixá-la sem perspectiva de progresso, como diz o excelente texto do O Estado de São Paulo em Notas & Informações (30 de Agosto de 2020). É a derrocada de um país que comodamente só soube olhar para o macro esquecendo de dois terços da realidade. Que macroeconomia é esta?
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