Numa live com um dos candidatos a vereador por São Paulo ouvi que há um projeto de (finalmente) trocar o sistema de semáforos da cidade e que estão pensando em usar os dados dos celulares para regular a fluidez. Como? Sim, sei sobre o que está falando, mas fluidez de quem?
E no meio da rua descobri que a CET SP está testando semáforos controlados por sinal de rádio, ou sem fio, como queira. A razão é simples: vira e mexe os sensores e cabos de fibra ótica são cortados. Por que? Falta de mapeamento do subsolo que com uma frequência indesejável faz com que os prestadores de serviço de uma companhia cortem acidentalmente ou não os cabos ou fibras óticas de outro prestador de serviço. Não acidentalmente e de propósito? Também. Como é uma baderna e cada um faz o seu serviço não raro o funcionário encontra o que não é dele no meio do caminho e como não tem identificação e está onde não deveria é simplesmente cortado. É mais comum em postes. Daí acontece, assim... acontece... que um bairro inteiro fica sem internet, TV a cabo ou telefone. O índice de reclamação contra as empresas prestadoras de serviços de comunicação é altíssimo, mas ninguém reclama da baderna pendurada nos postes, menos ainda vai atrás para saber porque os semáforos entram em pane. Pois bem, aí está. Mas... adianta falar sobre mapeamento?
Ouvi falar que o sistema inteligente que estão pensando em implantar usará os dados de aplicativos de trânsito para celular, o que tem um pequeno problema: controla-se o fluxo de veículos motorizados e o resto que se dane, leia-se para este resto pedestres, pessoas com necessidades especiais, bicicletas, mobilidades ativas...
Outra alternativa que se está pensando os semáforos têm sensores a lazer ou sei lá o que (creio que calor), o que lê tudo, não só veículos motorizados.
E deixo a eterna pergunta, e só ela: nossas grandes cidades tem computadores com capacidade de gerir toda esta informação? Disto o que ouvi é que está tudo atualizado. Será? Está atualizado para o que se tem hoje ou para o que a cidade de São Paulo demanda com urgência? Du-vi-de-ó!
É provável que a melhor solução seja cruzar todas as tecnologias disponíveis, mas para isto será necessário não só hardware, como software e principalmente especialistas que saibam trabalhar em conjunto e de preferência sem corporativismos atávicos. Mais, a cidade nova exige que se pense fora da caixinha porque estamos sendo atropelados pelos inesperados, do patinete que desce na contramão à pandemia que leva o espaço público para o caixão.
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