Recebi pelo Whatsapp um vídeo que mostra um homem pulando de um edifício e suicidando-se. A imagem é pesada e preferi não passa-la para frente. No dia seguinte passei pelo vídeo e me lembrei que tenho dois amigos psicólogos para quem aquela imagem poderia servir para refletir sobre o que estamos passando, transformando-a numa ferramenta de trabalho. Não encaminhei o vídeo com o texto que explicava que aquele homem era dono de uma rede de hotéis nos USA, que havia demitido todos funcionários e que em seguida suicidou-se.
Álvaro, um destes amigos psicólogos, respondeu de imediato com uma mensagem. Wikipedia. Morte: A sua morte, desde sempre envolta em mistério, teria ocorrido durante a tentativa de fuga através dos Pirenéus, quando, em Portbou, foi parado, junto com o seu grupo de refugiados, pela polícia espanhola. Temendo ser entregue à Gestapo, teria cometido o suicídio por overdose de morfina. Tomou pílulas no hotel em que o grupo de judeus que acompanhava a deportação. No dia seguinte, porém, as autoridades espanholas permitiram a passagem do grupo. Álvaro me disse depois, numa ligação, que o suicídio foi desnecessário, que tivesse esperado a situação teria se resolvido, o que também poderia ter acontecido com o dono da rede de hotel. Conversa de quem gosta de olhar para o comportamento humano, nada mais.
Depois de ter visto tanta gente morrendo por perto tive a auto responsabilidade de ler sobre o assunto, o que me ajudou muito, mas não deu uma resposta, sequer uma pista, do por que aqui no Brasil a vida vale tão pouco. Morrer por estas pastagens é trivial. Morre-se, simples assim - quem se importa? É um fator cultural arraigado? Provavelmente. Falta de autoestima? Complexo de vira-lata, como diria Nelson Rodrigues?
A morte começou a virar um problema e ser evitada quando a perda de vidas passou a prejudicar as comunidades ou os bens dos poderosos. Perder vidas numa guerra pode significar perder a guerra. Perder força de trabalho significa produzir menos e diminuir as riquezas do império, reino ou comunidade, o que é um perigo.
Ou o contrário, deixar morrer por fins políticos ou de poder. Temos um exemplo fácil de entender aqui no Brasil que foi e continua sendo tratado o sertão do nordeste.
O negócio mais rentável da história foi a escravidão. Era tão rentável que os seguros foram criados em função deste negócio. Pagava-se pelos escravos que morriam durante a viagem. A história do escravagismo, e do valor da vida, mudou quando um navio lotado de escravos foi afundado por seus proprietários que teriam mais lucros com o seguro que com a venda dos escravos. O problema é que um dos escravos sobreviveu para contar a história, que foi a julgamento. E o Inglaterra "passou" a combater o escravagismo.
Cinto de segurança tornou-se obrigatório para diminuir os hospitalizados, assim diminuir os custos da saúde pública. Não sei exatamente se há e qual a relação da história do cinto de segurança com o cálculo de custo de uma vida, que é simples: o estado, leia-se comunidade, aplica muito dinheiro na formação de um cidadão, leia-se trabalhador, professor, médico..., para perde-lo. O custo / benefício não vale a pena.
Sociedades muito ajustas e certinhas tem um índice alto de suicídio. Eu diria, quem se importa? ou, Importam-se porque? Neste caso a morte é sinal de fracasso coletivo ou uma péssima propaganda?
E aí entramos nas religiões e suas visões de vida e morte, tema para lá de complicado que não ouso entrar. Mas... quero aqui lembrar que céu, purgatório e inferno foi introduzida na liturgia na transição da Idade Média para a Renascença mais olhando o pagamento de impostos, dízimos e outros, do que alma do povo.
Toda morte tem seu preço. Nosso povo não faz ideia de seu valor. E os idiotas que mandam neste país, e incluo todos, principalmente a classe média educada, fazem menos ideia ainda do valor que a vida deve ter até para enriquece-los mais ainda. Usa-se vida e morte com uma displicência boçal.
A morte começou a virar um problema e ser evitada quando a perda de vidas passou a prejudicar as comunidades ou os bens dos poderosos. Perder vidas numa guerra pode significar perder a guerra. Perder força de trabalho significa produzir menos e diminuir as riquezas do império, reino ou comunidade, o que é um perigo.
Ou o contrário, deixar morrer por fins políticos ou de poder. Temos um exemplo fácil de entender aqui no Brasil que foi e continua sendo tratado o sertão do nordeste.
O negócio mais rentável da história foi a escravidão. Era tão rentável que os seguros foram criados em função deste negócio. Pagava-se pelos escravos que morriam durante a viagem. A história do escravagismo, e do valor da vida, mudou quando um navio lotado de escravos foi afundado por seus proprietários que teriam mais lucros com o seguro que com a venda dos escravos. O problema é que um dos escravos sobreviveu para contar a história, que foi a julgamento. E o Inglaterra "passou" a combater o escravagismo.
Cinto de segurança tornou-se obrigatório para diminuir os hospitalizados, assim diminuir os custos da saúde pública. Não sei exatamente se há e qual a relação da história do cinto de segurança com o cálculo de custo de uma vida, que é simples: o estado, leia-se comunidade, aplica muito dinheiro na formação de um cidadão, leia-se trabalhador, professor, médico..., para perde-lo. O custo / benefício não vale a pena.
Sociedades muito ajustas e certinhas tem um índice alto de suicídio. Eu diria, quem se importa? ou, Importam-se porque? Neste caso a morte é sinal de fracasso coletivo ou uma péssima propaganda?
E aí entramos nas religiões e suas visões de vida e morte, tema para lá de complicado que não ouso entrar. Mas... quero aqui lembrar que céu, purgatório e inferno foi introduzida na liturgia na transição da Idade Média para a Renascença mais olhando o pagamento de impostos, dízimos e outros, do que alma do povo.
Toda morte tem seu preço. Nosso povo não faz ideia de seu valor. E os idiotas que mandam neste país, e incluo todos, principalmente a classe média educada, fazem menos ideia ainda do valor que a vida deve ter até para enriquece-los mais ainda. Usa-se vida e morte com uma displicência boçal.
Nestes dias de pandemia fico pensando porque o pessoal não está respeitando a quarentena?
Um texto para refletir e lutar sempre por aqueles que não tem nem voz e vez. Que possamos contar e recontar este episódio da Pandemia como vencedores.
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