segunda-feira, 6 de abril de 2020

A reconstrução da vida após a WWII e o que devemos fazer hoje

The London milkman, 1940
Leiteiro trabalhando na Londres bombardeada, Segunda Guerrra Mundial
Começando imediatamente depois da Segunda Guerra Mundial e pelos mais de dois anos depois de terminado o conflito a população alemã se organizou e agiu praticamente sem a presença do estado que estava cuidando de outras coisas, inclusive de se reorganizar. Deve ter acontecido situações semelhantes pelo resto da Europa e do mundo afetado pelo brutal conflito generalizado. A população teve que localizar mortos, amontoá-los, e em muitos casos fazer uma fogueira. Tratar dos feridos, buscar soterrados. Localizar velhos e crianças e acolher. E outras situações imediatas. Fazer a limpeza de montanhas de entulho - literalmente - das ruas para dar fluidez para a chegada de comida, dentre outros essenciais. Tiveram que aprender rapidamente técnicas de contenção de paredes e demolição, fazer a opção correta, iniciar a seleção de materiais aproveitáveis do entulho, separar e estocar o que se podia aproveitar. Aprender técnicas de reconstrução e reconstruir por prioridades: hospitais, cozinhas, abrigos, oficinas, delegacias, o que fosse necessário para dar a partida e recomeçar. Recomeçar! Entrar em acordo com o poder central sobre o que seria restaurado ou reconstruído, como ficaria a cidade, quem fazia o que, estabelecer cronogramas, prioridades, prioridades, prioridades... Durante anos a vida de todos girou em torno de prioridades. Começaram tudo praticamente no dia imediatamente, aliás, começavam a cada momento que paravam os bombardeiros, tiroteios, a guerra. Ninguém teve tempo para ficar pensando pensando, conversando, deixando o tempo passar. A prioridade era a sobrevivência, o se acalmar, pensar, e agir. 


A diferença daquela situação para a que temos hoje é que antes do fim da guerra, do massacre, do inferno, foram dias e mais dias de bombardeamento constante, de um stress brutal, do conviver com cheiro de cadáveres apodrecendo, da fome generalizada, do terror das crianças, de pessoas surtando, do tiroteio... Europeus, asiáticos, africanos, os orientais, boa parte da população do planeta não tiveram um segundo de paz. 
Hoje estamos confinados em casas funcionais, com TV, rádio, telefonia e internet. Temos tempo para pensar, tempo de sobra. O que vamos construir, pergunto novamente?


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