segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Olhe-se no espelho. O que eu gostaria de ter sido e vivido - revisão

Quanto mais velhos ficamos, mais olhamos para trás.

Uma das qualidades que adquiri com a maturidade é rever, revisar e repensar o que fiz - passado - para avaliar o que ainda posso melhorar e desta melhora o que posso oferecer para as pessoas, principalmente para os mais próximos, os que acho que valem a pena. 
Estou cansado de apostar em cavalo manco, o que deveria ter feito muito antes. 

Sempre fui muito crítico em relação aos mim próprio. 
Um dia fiz alguma besteira, sei lá qual, e minha mãe me puxou pelo braço para dentro do banheiro, me colocou frente ao espelho, e disse com voz baixa, calma e firme "Olhe-se no espelho" (para descobrir quem você realmente é)". Sempre me olhei no espelho procurando ver-me, mas foi muito tempo depois que eu realmente me vi, me enxerguei, frente ao espelho. Ali começava mais uma revisão de vida, quem eu era, quem eu gostaria de ser, e o que eu gostaria de ter vivido, provavelmente. 

A ideia deste texto surgiu quando tive que resolver umas questões de família. É voz comum o "evitar que eles repitam nossos erros", e estou nesta, gostaria que não repetissem erros básicos. Tenho consciência que tentar passar para eles é uma tentativa, e nada mais, mas quero tentar.
Não sei como, mas eu gostaria de encontrar o caminho para educar meus netos a não ter que olhar para trás e pensar "O que eu gostaria de ter vivido" com alguma dor. Tudo, ninguém consegue, mas organizar o que vale mais, isto é possível. É aí que eu gostaria de entrar. Educar, informar, falar ao vento, qualquer coisa que possa ajudar.

Agora, neste domingo quente e ensolarado, enquanto tomava café da manhã reli, como normalmente faço, alguns textos que publiquei para repensá-los e corrigir pequenos erros que sempre passam desapercebidos. Esta publicação em particular, o "O que gostaria de ter vivido", achei longo, cansativo, um porre. Ruim.

Ter sido simples, claro e direto, com uma comunicação fácil de entender, que não deixasse dúvidas, o que definitivamente não é do meu feitio, teria sido o melhor de minha vida, com certeza facilitaria e muito alcançar todas vivências que quisesse. Sigo fazendo um grande esforço para me comunicar melhor. O escrever me ajuda uma barbaridade, recomendo a todos.

Vou deixar o texto original publicado e publicar esta revisão aqui, mas fica para mais tarde. Neste exato momento, saio desta revisão e vou aproveitar o domingo maravilhoso. Aproveitei bem os fins de semana, mas poderia ter aproveitado mais ainda. Upa! lembrei de uma oportunidade que deixei passar e que me arrependo. Lá pelos anos 90 teve um final de ano que o trânsito ficou praticamente parado de Santos até aqui, São Paulo. Vi tudo parado, pensei em descer para Santos pedalando, mas voltei para casa e fui. Se arrependimento matasse...

Que mais? O que gostaria de ter vivido?
Nenhuma sombra de dúvida que gostaria de ter estado pessoalmente na queda do Muro de Berlim e no atentado terrorista de 11 de setembro em NY. O Festival de Woodstock, que cito no texto original, pensando bem, dispenso.
  • Ter corrido a pé desde sempre.
  • Ter jogado futebol com conhecimento das técnicas para diminuir significativamente minhas lesões, que foram muitas, muito mais que se possa lembrar. 
  • Ter ido buscar informação com donos de bicicletarias e seus mecânicos para fazer menos besteiras. Leitura é uma ferramenta preciosa, mas precisa ser complementada.
  • Ter acompanhado meus amigos surfistas nos primórdios, quando praias e natureza ainda eram praticamente virgens. 
  • Ter feito skate com este mesmo pessoal do surf, que foi quem começou o skate no Brasil. Tenho uma ponte de inveja dos skatistas.

Lembrei de uma interessante: eu deveria ter trabalhado como office-boy para aprender o que é a vida de fato. Ter sido filhinho de classe média alta me incomoda profundamente.
Pensando nisto, queria ter tido a infância num bairro popular, com um monte de crianças para brincar e brigar no meio da rua. Nasci e cresci até meus 11 anos no meio do Jardim Europa, um porre total. Zero crianças por perto, zero rua, zero zero. 

Tenho que sentar com outros e perguntar o que eles gostariam de ter vivido. 

Bom, fim.

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