quarta-feira, 8 de novembro de 2023

E se vier outra ventania?

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O Estado de São Paulo

E se vier outra ventania?

Como cidadão afirmo com todas as letras que não me interessa saber quem responsabilizou quem. Não vai servir para absolutamente nada no caso bem provável de termos uma nova tempestade com ventos fortes. Eu quero saber é: O que acontece caso tenhamos um outro evento do porte de sexta-feira nos próximos dias ou mês? Qual é o estoque de fios, cabos, conexões, postes e outros da Enel depois deste desastre? Como estão as indústrias que produzem os insumos? Qual foi o índice de eficiência geral dos trabalhos realizados? Quanto tempo por situação? Qual a eficiência das equipes da Prefeitura? Faltou serra, caminhão, guincho, para a remoção?

Quantas equipes foram envolvidas, quantos por situação? Tinha material de reposição e ferramentas para todos? Aumentou muito o número de funcionários da Enel nas ruas. Qual o treinamento deles? Enel tem normalmente quantos funcionários disponíveis para situação de emergência? Foram utilizados funcionários aposentados ou equipes terceirizadas? Qual a garantia legal / jurídica destes?

Qual o parâmetro de eficiência? Comparação com Miami ou outras cidades da Flórida ou Texas, por exemplo. O que eles tem que não temos? O que precisamos para nossa condição? 
Como é a engenharia financeira da Enel para situações como esta? Ela fica de pé ou quebra caso aconteçam vários eventos destes? Quem segura a peteca? Há um fundo de emergência do Governo do Estado disponível para socorrer a Enel? De quanto, para quanto tempo? 

O que tem que ser religado antes? Qual são as prioridades técnicas num evento destes? Qual é o nível de segurança das centrais elétricas, dos transformadores e outros? Não estou dizendo que se dê informações que afetem a segurança geral, mas que nos eduque e treine para sabermos agir numa emergência deste porte.
 
O que precisamos agora é de informações, de dados, de previsibilidade. Precisamos de mapas que possamos nos localizar e entender o que está acontecendo e poderá acontecer. Precisamos e temos o direito de nos prevenir ou de agir com alguma eficiência depois do evento. O ônus não pode nem deve ficar completamente sobre nossas costas.
Precisamos ter e ver um plano emergencial. Temos o direito constitucional a informação.

Não adianta ficar no ele falou isto, o outro falou aquilo... Como dizem os argentinos, o diz que diz agora vale tanto quanto um peido.
A aviação, que tem um dos sistemas de segurança mais precisos da humanidade, ensina que não adianta culpar, tem que entender o evento em todos seus detalhes, os que estão na cara e os que não se pode ver a princípio, mas tiveram importância no resultado final.
Se queremos um país, se queremos uma cidade, se queremos um futuro, é bom entender o que realmente acontece. É óbvio que não interessa a muitos que os brasileiros venham entender o que é qualidade, mas a estes digo que continuar na mesma ladainha será um tiro no pé de suas próprias intensões, sejam boas ou más. A ignorância do outro é o suicídio de si próprio. 

Numa situação de crise profunda, a maior asneira que se pode fazer é buscar responsáveis ou culpados. O momento é de termos respostas, caminhos. Infelizmente não as temos. Somos uma população completamente a deriva.

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