sábado, 2 de dezembro de 2023

E o entulho, para onde vai?

SP Reclama
O Estado de São Paulo

O coração de uma cidade é seu centro histórico, ele não pode morrer; é princípio inquestionável. As razões estão amplamente pesquisadas, documentadas, planilhadas, e são consideradas incontestáveis em todo planeta, pelo visto menos aqui.
O Centro da cidade passou a ser um grave problema depois que foi abandonada pelas grandes empresas que se transferiram primeiro para a Av. Paulista, depois para a velha Faria Lima e logo Berrini, que também já apresentam problemas de ociosidade e decadência. A coqueluche do momento é a Nova Faria Lima, sabe-se lá até quando. Mesmo com este histórico de transferências / decadências que deveria servir de alerta, não param de pipocar por todos lados novos empreendimentos empresariais, muitos já nascendo ociosos.

A administração Haddad tentou reverter o abandono do Centro de São Paulo, mas tudo aconteceu de forma pouco funcional e a situação se agravou e muito. De boa intenção o inferno está cheio. Inúmeros imóveis comerciais abandonados foram invadidos por movimentos sociais reivindicatórios com o olhar de complacência da administração pública, o que afastou mais ainda a população e empresas que ali estavam. O "pequeno" erro vai custar décadas de ajustes para sanar o coração dos paulistanos.


Na Nove de Julho, na altura dos Jardins, já mandaram abaixo edifícios na beira da avenida entre os quarteirões das ruas Bandeira Paulista e da Mata, e começaram a demolição dos edifícios entre as ruas Japão e Antônio Felício. Na rua Pinheiros inúmeros imóveis já viraram poeira. Na esquina da rua Capitão Antônio Rosas o terreno vazio é imenso. O Brooklin está sofrendo uma guerra devastadora. Poderia continuar citando outras demolições que estão por toda cidade. Tem muita gente achando legal, um progresso, mas pouquíssimos se perguntam onde está indo parar as montanhas de entulho que estão sendo geradas.
Outra questão, não menos importante, é a circulação sem controle de caminhões muito acima do peso ligados a estas obras, o que causa danos ao pavimento e sub-solo. Mas quem se importa?

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