E repito a pergunta do título: Como um imbecil se mantém no poder? A pergunta se apresentou mais uma vez quando abri um artigo sobre a bibliografia publicada sobre a vida do ditador português Antônio Salazar.
Parece que foi em tempos distantes dos quais estamos rapidamente nos esquecendo, mas acabamos de ter um pseudo ditador que fez coisas incompreensíveis. E antes dele uma senhora que filosofava sobre pasta de dente, estocar vento e outros em discursos que não sei se dadaistas ou surrealistas. Todos com apoio feroz. E por aí caminha a humanidade.
José Serra escreveu "O último tango argentino" uma ótima análise sobre o que é a argentina hoje e quais as razões para ter chegado onde chegou. Tem nome: Peronismo. Traduzindo: populismo a qualquer custo. No supermercado encontrei uma jovem mãe que ficou surpresa quando critiquei os argentinos e a Argentina, que ela acreditava, como boa parte dos brasileiros, ser um país maravilhoso e com a população vivendo bem. Como mentir com estatística: o PIB per capita deles é mais alto que o nosso. O que isto significa? A verdade é que a pobreza deles aumenta sem parar a 50 anos. Segundo o dito popular dos argentinos "Gardel canta cada dia melhor". Pequeno detalhe: ele morreu em 1935.
Ironia do destino na mesma noite conheci uma educadora que trabalha treinando professores que alfabetizam crianças. Perguntei quem era a referência para o trabalho que desenvolviam e ela me deu o nome de uma argentina. Não me espantou, já que o nível educacional deles é muito bom. Espanto é ter certeza que mesmo bem educados os argentinos não conseguem entender o que vem levando aquele maravilhoso país a andar para trás nestes últimos 50 anos, sim, 50 anos piorando sem parar. Como educados caem nas garras de imbecis populistas?
Esquece os poderosos; como podemos nos sujeitar a imbecis funcionais, o que fazemos com certa frequência no dia a dia de nossas vidas. Como caímos nos encantos de palavras e pensamentos que não tem qualquer valor? Como chegamos aos ídolos que temos hoje?
Uma das respostas para esta minha pergunta talvez esteja num dos livros da série debates que li faz uns 50 anos. Putz! Estou velho. Tentei achar o título exato, não consegui, creio que a história do rock ou a história das drogas. Que seja. Conta a história de como foi formado o mercado da música antes e depois do Festival de Woodstock, e sua relação com o mercado de drogas. Em outras palavras: como vender imbecis que terão imenso poder sobre a população, que é o que passou a acontecer. Parafraseando, It's about the money, stupid!
Na realidade os que se mantem no poder não são imbecis. Imbecis somos nós que acreditamos. Fato é que somos uma espécie animal e como toda e qualquer espécie vivemos sob o comando ou somos comandados, simples, direto e sem alternativas assim. O problema é aceitar passivamente, sem pensar, sem ponderar, o "manda quem pode" e cala quem não pode. Não pode ou não quer? Ah! a Dolce Vita!
Confesso que estou exausto de ouvir democracia e empoderado com tanta displicência. Adoro o Linhas Cruzadas, da TV Cultura, onde Pondé tira um constante sarro de todo este nosso teatro.
Aceitamos que imbecis se mantenham no poder não só porque calamos, mas porque nos recusamos a nos informar, a procurar dúvidas, a olhar o outro lado, a ouvir o passado. Willian Waack escreveu um artigo dizendo que a chance do Brasil continuar divido em dois, nós e eles, é muito grande. Ou seja, fazendo força para que imbecis se mantenham no poder. Como esta última frase pode gerar muita confusão, lembro a todos que quem detém "o poder" não é necessariamente quem está na cadeira mais alta, mas a tropa, aí sim com montes de imbecis bem intencionados (para eles próprios), que foi eleita pelo povo e de fato manda na festa popular. Melhor, faz o que quer e bem entende, com o silêncio praticamente generalizado.
Quase esqueci que tem muito peixe pequeno que se mantém no poder do pedaço. Para mim estes são tão ou mais perigosos. São os paus mandados que azeitam a máquina dos imbecis no poder.
Enfim: Como imbecis se mantém no poder? Porque uns trouxas permitem. A história da humanidade não mente. Quem de fato é o imbecil?
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