Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo
O editorial O Rio de joelhos do Estado de São Paulo cita a queima de 35 ônibus, mas não diz uma palavra que atearam fogo nestes com os passageiros ainda dentro. O que realmente importa, os 35 ônibus queimados ou a população vítima da barbárie. Cita que os trabalhadores cariocas ficaram a pé e que o trânsito virou um caos, colocando a questão econômica em primeiro plano? As imagens destes mesmos trabalhadores descendo desesperados pela porta traseira dos ônibus estão ai para quem quiser ver e põe todo acontecido em um patamar muito além dos 35 ônibus, de trabalhadores sem transporte, do trânsito parado por horas. Cida, minha querida diarista, não pode vir com o celular porque os assaltos no ponto de ônibus ou dentro do ônibus são cada dia mais frequentes. Ela é classe C, mora quase na periferia, os bandidos vem da mesma área que ela a muito querem que se dane, não importa se é pobre, assaltam igual, e com muita violência. A baderna neste país é tão absurda que mesmo a bandidagem, que lá num passado distante tinha um código de conduta, hoje não tem mais qualquer limite. Danem-se todos. O que aconteceu no Rio me fez imediatamente lembrar aquele carnaval carioca, acho que em 1993, no qual Leonel Brisola, governador, fez um acordo com os bandidos para não ocorrerem assaltos até a quarta-feira de cinzas ao meio dia. Eu estava lá, no Jardim de Alá, e vi bater 12:00 h, em ação perfeitamente coordenada a turba se levantar e imediatamente iniciar o arrastão, impressionante, treinamento como a do exército da Coreia do Norte. Hoje não tem mais acordo, que se dane tudo, perdeu!, até porque se existe governo e poder público, se existe..., não faz sequer cocegas. E o editorial Estadão aponta para o que importa é a perda dos 35 ônibus, os trabalhadores que não chegam ao trabalho e o colapso no trânsito. Por tudo que está acontecendo, o povo que aprenda que a nova Santa Inquisição está aí, e se tocarem fogo no ônibus, salve-se quem puder.
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