Muita informação, pouca informação. Muita informação, saturação. Muita informação cansa, desorienta.
- Olha (as placas de sinalização da entrada da cidade) e me diz o que você vê
- Está bem-sinalizado. Não dá para entender por que o pessoal erra o caminho.
- Quantas placas de sinalização o motorista tem que ver e em quanto tempo?
E ele contou as que estavam naqueles 500 ou 700 metros de estrada reta antes da rotatória.
- Total 17; e parou para pensar. É muito; completou.
Sobraram umas sete, se tanto, e os motoristas passaram a entrar na cidade pelo caminho correto.
E daí, o que faço?
Depois de ficar relativamente quieto em casa por uns bons dias pensando estar com esta nova gripe acatei a ordem de meu médico e fiz o teste. Na mosca; positivo. Enfim estou com COVID. Ou talvez estivesse faz um bom tempo e a gripe não fosse exatamente uma gripezinha assim. Sintomas? Uma rara tosse seca que pensava fosse efeito do refluxo. No fim da consulta com a internet caindo e voltando, tossi, meu médico ouviu e perguntou sem titubear;
- A quanto tempo está com esta tosse?
- Porque?
- Esta tosse seca é tosse de COVID. O som é diferente. Vai fazer exame.
Ontem a Renata Vasconcellos, apresentadora do Jornal Nacional, voltou depois de sua quarentena covidiana. O relato dela bate exatamente com o que senti, e continuo sentindo, e com o que tenho ouvido de amigos e conhecidos; sintomas muito leves, uma garganta arranhando, uma tossezinha mui de vez em quando, um pouco de cansaço, nada demais. É o efeito de estar vacinado, do contrário seria barra pesada, hospital, muitos na UTI, como o zelador do edifício que depois de meses ainda reclama de algumas sequelas.
- Enfrente qualquer fila e faça o teste. A situação está muito feia. Conversando com o pessoal (médicos do sistema público de saúde) eles dizem que temos mais de 600 infectados. Não dá para brincar; ordenou meu médico.
No Jornal da Tarde da TV Cultura abriram os dados e temos 870 mil infectados. A noite o diretor do Instituto Butantã, Covas, afirmou que temos mais de um milhão por dia. Tá feio!
Quando supunha que estava gripado me encheram o saco de todos os lados para fazer o teste. Até saí de casa e circulei pedalando pela porta de vários locais, mas todos completamente lotados. "Assim não dá. Só falta o pessoal trocar tapa para fazer o teste". Num deles, todo envidraçado, dava para ver a aglomeração lá dentro, só faltando luz escura e música para virar boate.
- Lotado do jeito que está ou você pega COVID ou você transmite o COVID, não tem alternativa, disse Tereza depois de minha justificativa.
- Está faltando teste e acho uma puta sacanagem tirar o teste de quem realmente precisa. Estou me sentindo bem, deixa para quem precisa.
Repeti a mesma coisa para meu médico que me deu uma tremenda bronca.
- Tem que pensar quantas pessoas dependem de você. Se ficar doente quem vai cuidar delas?
Se estou com COVID faz tempo provavelmente contaminei muita gente. Deveria ter testado quando passei uma trade toda dormindo e fiquei uns dias com a garganta arranhada. Foi ou não foi gripe? Sei lá, pelo jeito foi COVID, mas me sentia relativamente bem e não tem teste para quem realmente precisa.
Parei de pedalar em grupo quando o grupo que participava cresceu e começou a deixar para trás os que furavam o pneu, caíam, quebravam ou paravam por qualquer razão.
Mesmo sendo uma ostra, acredito em prioridade, não tenho estômago para ver gente ficando para trás. Acredito que este deveria ser um ditame na organização social. Partindo deste princípio agi com relação a fazer o teste, mas definitivamente a coisa não é tão simples assim.
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