segunda-feira, 1 de novembro de 2021

O erro grosseiro do "vota no novo que dá certo"

 

Troca tudo e resolvido todos nossos problemas? Será?

Aqui em São Paulo os semáforos quebram na primeira chuvinha. O problema, exatamente como na política nacional, se arrasta há décadas. O que deve ser feito para resolver?
O problema dos semáforos paulistanos é que o sistema todo está completamente obsoleto. Uma parte dele é americana, outra inglesas, e a outra italiana. Tentaram integrar os sistemas numa gambiarra que definitivamente não deu certo e o resultado está aí. Chove, molha o sistema e dá pane, simples assim.
O que fazer para ter um trânsito que vá em frente? Trocar toda a direção da CET? Já tentaram e não funcionou porque a CET é altamente complexa e, mais ainda, é quem sabe fazer funcionar o trânsito paulistano, mesmo trabalhando com condições precárias. Trocar toda a direção da Secretaria de Transportes renovando tudo? Tentaram, não funcionou como esperado na melhor das gestões. Por quê? Porque tudo funciona em cima de leis. Então a solução está em trocar todos os vereadores, mas a questão é que os novos não fazem ideia do que é transporte, trânsito e logística, e na melhor das intensões passam leis de boa intensão que mais atrapalham que ajudam. Pior, como não conhecem o funcionamento da própria Câmara dos Vereadores demoram para começar a agir ou são engolidos pelo sistema, leia-se funcionários corporativos da própria Câmara.

Então não tem solução? Claro que tem! Os incomodados que se mexam. Fiscalizar, cobrar, se interessar, pressionar, saber quem faz o que, quem conhece, quem é bom, quem tem capacidade para resolver, quem faz acontecer, desatar nós.

Qual a solução para os semáforos, portanto para o trânsito de São Paulo? Não tem outra alternativa senão trocar todo sistema por um de última geração, óbvio inteligente, que integre todos modais de mobilidade e transporte nos moldes europeus, ou seja, sem privilégios para o transporte individual, que é o caminho a ser seguido pela cidade do futuro. Em Los Angeles trocaram tudo num trabalho de 10 anos que custou algo em torno de US$ 1 bi, o que não é custo, mas investimento. É uma referência.
A única coisa que todos que conhecem de fato o problema concordam é que tem que trocar tudo, semáforos, cabeamento, central de controle, computadores... o que é complexo, demora e custa.

Toda população reclama, mas ninguém se interessa pelo que realmente está acontecendo ou pelas possíveis soluções; dos semáforos ou de qualquer outro problema crônico que freia nosso progresso.

Quando fizerem a troca, se um dia será feita, e se fizerem correto, deve acabar o sagrado direito ao uso indiscriminado e pouco racional do automóvel. Como tem muita gente que não concorda com restrições dos próprios direitos então fica assim; choveu quebrou.

Mais, semáforo faz parte do trânsito, trânsito faz parte da cidade. cidade existe por que tem população, população civilizada facilita a fluidez...
Definitivamente não se resolve um problema com um único fator.

"Vota no diferente", independente do que seja, deu nisto. Não seria mais correto votar no que já provou que é bom, que tem qualidade? Se quer algo diferente não é sábio pesquisar antes?

"No Brasil, isso é um desafio, porque a nossa situação fiscal é muito fragilizada e o que se percebe é que a saúde pública não tem sido prioridade – quanto e como gastar não aparece no debate público sobre o que fazer com o nosso dinheiro". Armínio Fraga em entrevista para o Estadão sobre a saúde pública no Brasil

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