quinta-feira, 11 de novembro de 2021

(Meu) Desafio da Serra do Rio do Rastro 2021 e pedais Santa Catarina

O sprint do 14º Desafio da Serra do Rio do Rastro, definem bem o que foi esta prova para mim, mas só? definitivamente não.
Não gosto de largadas, foi a única razão para ansiedade na prova. Ter muito ciclista em volta sempre me deixa ansioso, com uma sensação de insegurança - até em Amsterdam. 
Burrice: durante os 24 km de subida fiquei preocupado com detalhes para subir mais rápido e baixar meu tempo. Erro crasso! Só quando faltavam umas poucas curvas me dei conta que praticamente não tinha curtido a beleza deslumbrante da serra, que até completamente nublada, como estava, é imperdível. Mesmo tendo delírios de chegar na frente sabe-se lá de quem ou do que curtir a paisagem faz bem para a cabeça, relaxa a musculatura, ajuda muito a controlar o cansaço  e com certeza baixaria mais o tempo.  
Mesmo com o sprint final, genial, divertidíssimo, terminada a prova minhas pernas estavam mais inteiras do que gostaria. Poderia ter subido um pouco mais forte, mas isto é algo que só se sabe depois da linha de chegada. Ter controle preciso sobre os próprios limites só praticando. Cobrar-se exageradamente não vale a pena, é contraprodutivo, burro. Olha, quer saber, me diverti pacas, valeu cada segundo, cada metro, cada respirada, cada olhar.

Pelo sim e pelo não, também pelo também, tudo junto, estou feliz, muito feliz. O conjunto da obra vai além da prova. Em 4 dias tive um ganho de altimetria próximo a 2.500 metros em um pouco mais de 100 km pedalando. Não, não estou me vangloriando, simplesmente adoro subir e aqui transbordo minha alegria, o que não faço normalmente. Hoje pela manhã acordei pensando "E daí, qual e quando vai ser a próxima brincadeira?" Vontade mesmo tenho de jogar tudo para o alto e desaparecer pedalando, mas a vida não é simples assim (infelizmente ou felizmente?).

Quatro dias de diversão na veia (ou no véio, como queira):

Gerusa com Rio do Sul ao fundo 
Dia 1: Cheguei de ônibus em Rio do Sul, Santa Catarina, pela manhã, 18 horas de viagem noturna, fui recebido, muito bem recebido, diga-se de passagem, pela Gerusa e Rone. No almoço, bela macarronada a bolognesa preparada por ela,  veio o convite para uma "pedalada levinha" à tarde: um pouco mais de 25 km com um pouco mais de 300 metros de subida. E lá fomos nós, eu e ela, fritando no sol do sul. Lugar lindo!!!!

Dia 2: No dia seguinte, já em Bom Jardim da Serra, saí com Solange e Dayse, amigas de Gê e Rone, para uns 22 km aí sim leves, mas logo à frente a neblina baixou, tudo desapareceu, e achamos sábio dar meia volta. 

Dia 3: A prova. 14º Desafio da Serra do Rio do Rastro, segundo o Strava da prova dela precisos 23.8 km, 1.339 m de ganho de elevação. Pelo Google dá 1.200 de elevação, mas vou pelo Strava. Tesão!
Dia 4: Para completar, sem saber como ficaria as pernas, fui pedalando de Bom Jardim da Serra até São Joaquim, uns 45 km com 698 de subida, algumas tão pesadas quanto as da serra. Vento chato de proa logo depois de sair de Bom Jardim da Serra, onde deveria fazer uma média lá pelos 18 km/h não consegui passar dos 13 km/h. Cheguei no final das subidas bem cansado, não arrebentado porque a beleza da paisagem é estonteante.
Queria completar estes dias de diversão pedalando os 80 km para Lages, mas tive que apressar minha volta para São Paulo. E, confesso, duvido que teria pernas para tanto. Mesmo que tivesse, seria um pouco de irresponsabilidade, risco de lesão. Lesionar-se por excesso de entusiasmo é de uma burrice sem tamanho, lição que aprendi pela vida. Com calma se vai longe. Sem lesão mais longe ainda. 
 
Não sei se volto a fazer o Desafio do Rio do Rastro principalmente por causa da logística que feita às pressas é chata. Vai para Bom Jardim da Serra, no sábado desce a serra de carro para pegar a inscrição, sobe a serra para dormir, acorda às 4:00 h para tomar café da manhã, pega carona para descer a serra antes que seja fechada ou desce pedalando, o que não é meu negócio. 
Ou volto a fazer o Desafio, mas indo com bastante antecedência, ficando em Orleans ou Lauro Miller, no pé da montanha, para ter tempo de fazer a subida da Serra do Corvo Branco, uma pauleira sem tamanho, com tempo para descansar e subir a Serra do Rio do Rastro no Desafio. E lá no topo parar e ficar pelo menos uns dias na pequena e muito simpática Bom Jardim da Serra, na pousada Tafona de meu amigo Paulo, simpatia em pessoa. Aí sim!

Como já recomendei, volto a recomendar mais muitas vezes esta experiência de vida. Imperdível. E leva a família porque passeios é que não faltam.

postada em 11 11 21

Serra do Corvo Branco - a próxima 



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