"Feliz Natal" e a mulher sorrindo estendeu a mão com um pequeno presente regiamente embrulhado. "Você vai gostar. Está precisando". O marido lhe dá um beijo delicado na face, vai soltando o laço, olha nos olhos dela desembrulhando com cuidado e dá com uma pequena caixinha muito bem acabada. "Anel de 30 anos de casado?" pergunta a ela. Rompe o lacre com cuidado. "Um cortador de remédios? Um cortador de remédios?" admirado e rindo muito completa "Vocês estão vendo? Passei do estágio das meias e cuecas, agora cheguei no cortador de remédios."
A tia gorda só aparecia para as numerosas crianças depois que Papai Noel distribuir os presentes. Como qualquer criança inocente e feliz nunca se deram conta. A tia era adorada por todos em qualquer situação. Mandona, voz rouca por conta do cigarro, rápida nas respostas divertidas, fossem as duras broncas ou as de gozação. Era chamada, e se divertia com isto, de panetone do Natal, Papai Noel ansiosamente aguardado desde o nascimento do primeiro sobrinho neto, que agora eram oito.
"Papai Noel está chegando" gritou uma das mães e o agito das crianças foi total. Umas correram para a janela, outras foram para junto da porta, e dois irmãos sentaram-se como que obedientes onde Papai Noel abre seu saco vermelho cheio de presentes. Abriu-se a porta e a gritaria geral disparou. A velha tia gorda fez o ro ro ro tradicional caminhando para a cadeira de balanço que a aguardava. Uma das crianças pequenas mais afoita correu e agarrou a perna do Papai Noel por traz, que deu um passo em falso e começou a despencar quando foi aparada como possível por um dos pais. Saco e presentes voaram para um lado e para lá todos olharam, inclusive Papai Noel, e aí se ouviu gritos desesperados dos dois irmãos obedientes. Todos voltaram atenção para eles. Estavam apavorados, olhos fixos no Papai Noel, e todos voltaram seus olhos para a tia gorda com a barba branca na testa, o imenso sutiã no pescoço e as maravilhosas tetas natalinas a vista.
"O que você quer de Papai Noel?" perguntou a repórter para a criança favelada.
"Quero que ele acabe com a pandemia para poder abraçar meus avós" respondeu para o desconserto da mãe e repórter.
Baseado em fato real
O que você quer de Papai Noel?
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