E.V.s Start With a Bigger Carbon Footprint. But That Doesn’t Last; encontrei este artigo no NY Times sobre os problemas ambientais causados pelos carros elétricos.
Vou mais além que os problemas ambientais do artigo do NY Times e afirmo (que ousadia!) que a pegada ambiental dos carros elétricos é bem maior que os problemas de produção, descarte e reciclagem citados ali.
Um Fusca tem basicamente 5.000 peças e dependendo do modelo mais.
Um carro médio moderno de produção em massa tem algo em torno de 30.000 peças, dependendo dos acessórios de luxo muito mais.
A sofisticação é prejudicial pela extração da natureza dos materiais necessários e no descarte e ou reciclagem. Reciclável? Reciclar em si é um problema ambiental até porque reciclagem também consome o meio ambiente. E olhando o caso de qualquer veículo pneu é um drama ainda não resolvido, mas não só.
Vi um programa onde estavam desmontando um Tesla e fiquei assustado com o grau de sofisticação e muito mais com o absurdo número de partes, peças e componentes que o carro precisa para rodar sob as leis de segurança viária. Quando a esmola é muita desconfie do santo; se eu já desconfiava do discurso "carro elétrico é a solução para a questão ambiental" agora é que estou muito assustado com esta esmola.
Já contei que dirigir um carro elétrico é uma delícia, suave, silencioso, potente, sem emissões de gases. Confesso que se fosse comprar um carro optaria por um híbrido. Não vai acontecer, é muito mais fácil, prático e infinitamente mais sensato para minha necessidade alugar um carro e minha opção sempre é pela função, não pelo status, potência, luxo ou conforto... Se for híbrido melhor, mas aqui ainda não temos esta opção para alugar, ou temos e é muito cara.
Fato é que carro é e continuará sendo indispensável na logística de nossas vidas. O que precisamos é racionalização, fazer uso sensato, e não só do carro, mas de absolutamente tudo. Racionalizar, a meu ver, é muito mais difícil, direi eu, improvável que repensar as mobilidades e abandonar o carro.
Se, se, se, se tivesse dinheiro, espaço, usasse com alguma frequência, enlouquecesse... eu teria um Panda, Fiat Panda, o apogeu dos carros minimalistas, aqueles que eram projetados para processos de fabricação muito simples, pouco material, modelo básico, eficiente, com um número de peças o mais reduzido possível, o máximo de praticidade em seu uso, ou seja, forma e função em seu estado mais bruto.
Panda é o sucessor do Citroen 2CV e Renault 4. É bem mais despojado que um Fiat Uno básico. Pequeno por fora, grande por dentro, muito econômico, quebrou conserta fácil e barato, e reciclável, creio que completamente reciclável, fora pneus. A única mudança que eu faria seria no sistema de alimentação instalando uma centralina de última geração para reduzir drasticamente a emissão de gases e para dar um pouco mais de potência. Panda é o oposto de um Tesla ou qualquer outro full elétrico. Sei que rodaria bem pouco, mas ficaria olhando para ele e lembrando de uma época onde sonhávamos com um mundo racional, com um futuro de fato bom para todos.
Depois que numa bicicletaria vi a quantidade de fios de uma bicicleta elétrica e a bateria desmontada já deveria imaginar que num carro elétrico a coisa fosse muito mais complicada, mas nada parecido com que vi no programa de TV. É insano, ambientalmente um crime.
Ou estamos muito loucos ou num brutal coletivo de me engana que eu gosto. Ou os dois juntos. É, os dois juntos.
E este filme / documentário / propaganda sobre a produção do novo Ford Electric F 150 fala sobre a importância do 5G. Aí, meus caros, aqui no Brasil uma fábrica destas vai ter que pensar "E se chover; e se cair um raio, e se cair um galho sobre a fiação, e se...". Clique, desligou....
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