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O Estado de São Paulo
Descartando os fanáticos de um lado e do outro sobra o pessoal que não votaria nem em Bolsonaro nem em Lula e diz que votará num deles pelo mais puro medo do outro. Quem impõe menos medo, melhor dizendo, menos pavor, leva o voto, posição tomada de forma racional, instinto de sobrevivência. Ainda tem muita gente que está escondida no escuro debaixo da cama enrolada no cobertor indecisa se sai de lá para votar. Quanto mais se aproxima o dia da votação mais aprofundados ficam os medos e pavores generalizados, uma situação de histeria coletiva sem precedentes. Quem só pensa em perigos não tem tempo para ser seguro. Numa situação anormal ou de perigo tudo o que não se pode fazer é perder a calma ou a situação tende a piorar mais ainda. No caso do Brasil já degringolou tanto neste tempo de campanha, a histeria geral é tão grande, que não precisamos sequer do resultado das eleições para saber que a coisa vai piorar muito mais ano que vem. Uma análise fria tendo a história como referência aponta o que estamos vivendo para terrorismo de estado e porque não dizer terrorismo religioso. Como acalmar, racionalizar, encontrar um caminho para sair o país desta barbárie? Falta uma semana para as eleições e com ânimos tão insuflados é mui improvável que surja alguém ou algum fato que faça o povo contar até 10, respirar fundo, se acalmar e racionalizar. Diz a sabedoria popular que o que foi roubado se repõe. Já vidas perdidas, ódios insensatos, acusações infundadas, discriminações doentias, e a fúria de moralistas tem preço, alto, muito difícil de reequilibrar, pagar e principalmente quase impossível de apagar.
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