Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo
Mesmo tendo uma boa parte de sua população idosa (mais de 21%) e outra prestes a entrar nesta faixa etária, o Brasil não está minimamente preparado para lidar com esta realidade. Eu, já considerado idoso, 66, tive hoje que ajudar meu pai de 88 anos que não conseguia marcar seus exames médicos num dos mais conceituados laboratórios do país (A+). Ele tem a audição reduzida e simplesmente não conseguiu acompanhar a rapidez das perguntas das atendentes. Achei que seria mais fácil para ele pelo aplicativo, mas aí quem teve dificuldades fui eu porque a paginação do aplicativo está formatada para celulares de tela grande, o que faz com que o teclado dos celulares mais antigos ou simples oculte o menu impossibilitando o preenchimento dos dados. Meu pai estava deprimido achando que era sua a incapacidade, o que não condiz com a realidade. Homem de mente clara e vivaz, que resolve bem todas suas pendências, é vítima de um erro crasso de uma sociedade que mais do que não saber olhar sua realidade a encara com desinteresse. Pessoas com necessidades especiais, quase 20% da população, e os idosos, que são mais que a população infantil, parecem, quando não são, um estorvo. A ladainha que temos no trato digno dos idosos só se faz em imagens para vender remédios ou fazer as propagandas dos mais diversos produtos. Mesmo boas empresas especializadas pecam e muito nos conceitos básicos. Faltam até treinar seus atendentes para atender um idoso no seu tempo. O mínimo que se espera de uma sociedade é o respeito as capacidades cognitivas dos seus cidadãos, e neste sentido o problema que temos extrapola e muito a questão dos idosos ou pessoas com necessidades especiais. Pior, o que peço aqui é melhora para um serviço que provavelmente atende a menos de 18% da população, se tanto. O resto, ora o resto...
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