sábado, 14 de março de 2020

Desafio da Serra do Rio do Rastro, as paisagens e turismo



Não só a Serra do Rio do Rastro é linda, melhor maravilhosa. Fiz uma extravagância e fui de carro, 2100 km ida e volta. Cheguei por baixo, pela BR101, Tubarão, Orleans e Lauro Miller, e subi a serra para fazer o primeiro reconhecimento. A serra é imponente tanto pela beleza quando pela subida em si. Suba com janela aberta e sem som para ouvir a buzina dos caminhões que descem e que só fazem os cotovelos em duas ou três etapas. Tem que esperar um tempinho as manobras e é uma ótima oportunidade para ver a indescritível paisagem. Dá para abrir a porta do carro e olhar com calma. E há os pontos de parada, mas não raro estão cheios.
Me hospedei na Pousada Tafona em Bom Jardim da Serra, no topo da serra, um lugar simples, novo, muito charmoso e melhor que muito hotel considerado bom. Os donos construíram com as próprias mãos, muito carinho e estão lá para tudo. O café da manhã é caseiro, ótimo. Vale a pena ver o pôr de sol de lá.
No dia seguinte acordamos às 4:00 h para tomar café da manha da pousada e descer a serra. Paulo, o proprietário, nos serviu, uma gentileza que só temos a agradecer. Rone e Gerusa, que me receberam bem em Rio do Sul e ajudaram estar na prova, conhecem o esquema. Rone nos deixou, eu, Gerusa, mais a Andreia que também correu, lá em baixo, uns 4 km antes de Lauro Miller, onde foi a largada do Desafio da Serra do Rastro. "Assim vocês dão uma aquecida". Boa Rone! Decisão para lá de acertada. Ele deu meia volta e subiu para nos pegar lá em cima, depois da chegada. A serra fica fechada entre 6:00 e 10:00 h. Gerusa e Andreia ganharam em suas categorias. Eu terminei e não fiquei em último. Festa geral.
Sempre fui apaixonado pela beleza de Santa Catarina e ainda guardo muito vivo o impacto que tive quando em 1967, do parabrisa de uma Vemaguete, vi pela primeira vez a maravilhosa paisagem verde que se abre no fim da serra que desce de Curitiba para Joinville. Agora não tenho como descrever a beleza das estradas no platô no entorno de Bom Jardim da Serra. Tenho que voltar, desta vez pedalando, com toda calma do mundo.  Sempre me falaram do divino que é pedalar no Vale Europeu, um pouco mais ao norte da Serra do Rio do Rastro; agora posso imaginar. Bernardo e Silvia contam com brilho nos olhos suas pedaladas em Urubici. Lá, perto da imensa igreja ou catedral, tem um posto Ipiranga com uma lanchonete temática para motociclistas que merece uma parada. Poucos são tão bem montados. O caixa é um Ford Falcon 1964, que por si só justifica a parada. Café expresso, doces, e música são ótimos, e só não fui para os lanches pelo horário.
As estradas do Interior de Santa Catarina via de regra são muito boas, com pouco movimento, mas é preciso ir devagar porque há alguns erros de sinalização em curvas acentuadas e locais de ultrapassagem. Os catarinenses correm muito e é sábio como turista não acompanhá-los, tanto por desconhecer as curvas, quanto e principalmente para não perder a belíssima paisagem.

A comida é muito barata e boa. Os hotéis e pousadas custam mais ou menos o mesmo que pelo interior de São Paulo, isto se quiser ficar algo melhor. Em Rio do Sul fiquei no Hotel Bergozza, que fica do outro lado da estrada BR 470, fora do centro, mas tem uma vista maravilhosa. Recomendo o quarto 77 (ou outro qualquer com vista) no canto do edifício de cima, novo e com quartos grandes que dão a sensação de estar nos Estados Unidos. O café da manha é ótimo, recomendando o creme de nata típico da região que fica ao lado da manteiga, também ótima e da região. Se gosta de tomar um chopp no fim da tarde vai até o Boteco Seu Fulano, muito simpático e com uma polenta frita de ajoelhar. A Catedral de Rio do Sul é imponente e vale a visita. Os vitrais são maravilhosos. Visitei outras igrejas na região, todas bem cuidadas, e tenho curiosidade de saber quem foi o autor dos vitrais que são, repito, maravilhosos.




Gerusa, a quem não tenho como agradecer a recepção.

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