Não só a Serra do Rio do
Rastro é linda, melhor maravilhosa. Fiz uma extravagância e fui de carro, 2100
km ida e volta. Cheguei por baixo, pela BR101, Tubarão, Orleans e Lauro Miller,
e subi a serra para fazer o primeiro reconhecimento. A serra é imponente tanto
pela beleza quando pela subida em si. Suba com janela aberta e sem som para ouvir
a buzina dos caminhões que descem e que só fazem os cotovelos em duas ou três etapas.
Tem que esperar um tempinho as manobras e é uma ótima oportunidade para ver a
indescritível paisagem. Dá para abrir a porta do carro e olhar com calma. E há
os pontos de parada, mas não raro estão cheios.
Me hospedei na Pousada Tafona
em Bom Jardim da Serra, no topo da serra, um lugar simples, novo, muito
charmoso e melhor que muito hotel considerado bom. Os donos construíram com as
próprias mãos, muito carinho e estão lá para tudo. O café da manhã é caseiro, ótimo.
Vale a pena ver o pôr de sol de lá.
No dia seguinte acordamos às
4:00 h para tomar café da manha da pousada e descer a serra. Paulo, o
proprietário, nos serviu, uma gentileza que só temos a agradecer. Rone e
Gerusa, que me receberam bem em Rio do Sul e ajudaram estar na prova, conhecem
o esquema. Rone nos deixou, eu, Gerusa, mais a Andreia que também correu, lá em
baixo, uns 4 km antes de Lauro Miller, onde foi a largada do Desafio da Serra
do Rastro. "Assim vocês dão uma aquecida". Boa Rone! Decisão para lá
de acertada. Ele deu meia volta e subiu para nos pegar lá em cima, depois da
chegada. A serra fica fechada entre 6:00 e 10:00 h. Gerusa e Andreia ganharam
em suas categorias. Eu terminei e não fiquei em último. Festa geral.
Sempre fui apaixonado pela
beleza de Santa Catarina e ainda guardo muito vivo o impacto que tive quando em
1967, do parabrisa de uma Vemaguete, vi pela primeira vez a maravilhosa
paisagem verde que se abre no fim da serra que desce de Curitiba para
Joinville. Agora não tenho como descrever a beleza das estradas no platô no
entorno de Bom Jardim da Serra. Tenho que voltar, desta vez pedalando, com toda
calma do mundo. Sempre me falaram do divino que é pedalar no Vale Europeu,
um pouco mais ao norte da Serra do Rio do Rastro; agora posso imaginar.
Bernardo e Silvia contam com brilho nos olhos suas pedaladas em Urubici. Lá,
perto da imensa igreja ou catedral, tem um posto Ipiranga com uma lanchonete
temática para motociclistas que merece uma parada. Poucos são tão bem montados.
O caixa é um Ford Falcon 1964, que por si só justifica a parada. Café expresso,
doces, e música são ótimos, e só não fui para os lanches pelo horário.
As estradas do Interior de
Santa Catarina via de regra são muito boas, com pouco movimento, mas é preciso
ir devagar porque há alguns erros de sinalização em curvas acentuadas e locais
de ultrapassagem. Os catarinenses correm muito e é sábio como turista não acompanhá-los,
tanto por desconhecer as curvas, quanto e principalmente para não perder a belíssima
paisagem.
A comida é muito barata e boa.
Os hotéis e pousadas custam mais ou menos o mesmo que pelo interior de São
Paulo, isto se quiser ficar algo melhor. Em Rio do Sul fiquei no Hotel
Bergozza, que fica do outro lado da estrada BR 470, fora do centro, mas tem uma
vista maravilhosa. Recomendo o quarto 77 (ou outro qualquer com vista) no canto
do edifício de cima, novo e com quartos grandes que dão a sensação de estar nos
Estados Unidos. O café da manha é ótimo, recomendando o creme de nata típico da
região que fica ao lado da manteiga, também ótima e da região. Se gosta de
tomar um chopp no fim da tarde vai até o Boteco Seu Fulano, muito simpático e
com uma polenta frita de ajoelhar. A Catedral de Rio do Sul é imponente e vale
a visita. Os vitrais são maravilhosos. Visitei outras igrejas na região, todas
bem cuidadas, e tenho curiosidade de saber quem foi o autor dos vitrais que
são, repito, maravilhosos.
Gerusa, a quem não tenho como agradecer a recepção. |
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