terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Meu Pedal Anchieta 2019

Como foi o meu Pedal Anchieta 2019?


Foi assim: 39 km de casa até a primeira ponte sobre a Represa Billings com minha divina bicicleta rodando perfeitamente. Nos primeiros metros da ponte ouvi um estouro e meu selim saiu voando. Recolhi o selim do meio da estrada, que felizmente não derrubou ninguém, e fiz os 45 km seguintes, até a distribuição de água da SABESP logo depois do viaduto da ligação Imigrantes - Anchieta, em Cubatão, sem selim, pedalando em pé. Achei que não iria conseguir, mas cabeça dura que é cabeça dura segue em frente. Parei para encher a caramanhola na SABESP, encostei a bicicleta na barreira como todos estavam fazendo, um outro ciclista encostou a bicicleta dele na minha como todos estavam fazendo, ele encheu a caramanhola antes de mim, pegou sua bicicleta e foi embora. Quando fui pegar a minha estava com pneu no chão, completamente vazio. Fui fazer o reparo e descobri que meu bico de válvula estava cortado na base. "Mas como?". E minha câmara reserva estava com Teresa, que estava sumida e não atendia o celular. Daniel Guth que estava ali também só tinha remendo. Ironia do destino eu nunca saio sem câmara reserva, e de fato não saí, mas a minha estava no alforje da Teresa. Com o sol aparecendo e começando a torrar optei por seguir correndo a pé empurrando a bicicleta com pneu furado, o que fiz por mais 5 km até aparecer o santo Leonardo oferecendo uma câmara nova. Pneu em ordem fiz mais 9 km pedalando em pé, sem selim, até a praia no Gonzaga. E cheguei incrivelmente vivo! E feliz, muito feliz.
Só quando cheguei é que fui entender o que aconteceu. Na SABESP o ciclista encostou a bicicleta dele na minha e o pedal da dele entrou no meio dos meus raios exatamente onde fica o bico de válvula. Na hora que ele pegou a bicicleta o pedal quase arrancou meu bico de válvula. Ele não deve ter percebido. Eu próprio já fiz o mesmo estacionando minhas bicicletas dentro de casa e só percebi porque no silêncio da casa ouvi o ar escapando. Bom, acontece.
Eu não conseguia falar com Teresa porque o pneu dela furou num dos tuneis. Um cara parou para ajuda-la e conseguiu partir em dois o bico de válvula de uma câmara e arrancar o bico da outra. Lá se foram as duas câmaras reservas novas. Teresa teve que descer a pé até encontrar um santo que tivesse uma terceira câmara. Dentro do túnel o celular não pega.
Sempre digo que sou um abençoado. Não tenho a menor prática de pedalar em pé. Quando quebrou o selim eu pensei: "ou volto para trás e acabo com o passeio da Teresa, ou sigo em frente deste jeito, o que provavelmente vai me arrebentar os joelhos".  Incrédulo fiz 45 km pedalando em pé até Cubatão, mais os 9 km finais depois de consertar o pneu. Como imaginei que Teresa e Vera tivessem passado por mim sem me ver, decidi continuar correndo a pé, o que seria mais 10 km, mas fui salvo pelo Leonardo, e de qualquer forma foram 5 km. Terminei cansado, com os joelhos pesados, mas inteiro. De tão excitado quase não ficar parado e depois consegui dormir. 
Tirando a descida da Imigrantes, que foi assustadora e nunca deveria ter sido feita por lá, e um número expressivo de ciclistas pouco civilizados, para dizer o mínimo, foi dos passeios mais divertidos que fiz na vida. Sem dúvida mais gostoso que o de 2018 com suas inúmeras paradas sem sentido. E foi mais delicioso ainda até pelas dificuldades que venci, um tempero para lá de especial. 
E a seguir algumas fotos primorosas que tirei; para que aprendam a tirar fotos emocionantes com celular. Na próxima levo a câmera fotográfica, com quem me entendo melhor.
Teresa D'Aprile no meio do povão

selfie do meu sovaco 

fratura na cabeça de canote de selim e
o bico da câmara de Teresa partido no meio.

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