quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Atropelamento da senhora na rua estreita e de pouco trânsito

Ontem voltando para casa e distraído bati com a bicicleta numa senhora. Eu acabei no chão e ela não chegou a cair, de qualquer forma eu atropelei alguém e fiquei apavorado. Demorei muito mais para me acalmar que a senhora que repetia sem parar "Não foi nada, estou bem. Amanha fica roxo (o joelho), mas estou bem". Depois de um bom tempo com a senhora e vendo que estava bem, deixei meu endereço e me fui. Hoje passei lá para ver como está, mas não encontrei ninguém. Enquanto não tiver boas notícias fico sossegado. 
O acidente aconteceu numa das ruas estreitas e de pouco movimento que estão entre a rua Sumidouro e a Paes Leme e ligam o Terminal Pinheiros ao Largo de Pinheiros, neste sentido de circulação dos veículos. Sempre passo por lá para evitar descer a Paes Leme pela calçada que sempre tem algum pedestre mesmo a noite, até porque SESC Pinheiros e o agitado Remelexo ficam aí. A maioria dos ciclistas descem na contramão da rua ou pela calçada pouco se importando com os pedestres ou a apertada rua da Paes Leme de trânsito pesado. 
Moro próximo ao Terminal e para voltar para casa ou respeito a mão de direção e desço pela rua Sumidouro junto com os ônibus e todo trânsito rápido, o que é tenso e desagradável, ou vou pelas ruazinhas paralelas e calmas. Por incrível que pareça, ou seguindo a lógica estabelecida, não há uma ciclovia ou ciclofaixa ligando a ciclovia Faria Lima com o Terminal Pinheiros. Ou, bem verdade, há. O ciclista passa o Largo de Pinheiros, pedala mais uns 1.000 metros, 1 k, até a rua Natingui e lá vai pegar primeiro a ciclovia sobre a calçada de um quarteirão para depois seguir pedalando até o Terminal por sei lá o que faixa branca sinalizada com proibido estacionar e parar, que não é  ciclofaixa (pelo CTB, mas é ciclofaixa, ou deveria ser). Detalhe: quando você chega na esquina da Eugênio de Medeiros com a rua Capri havia uma placa dizendo para desmontar da bicicleta e seguir empurrando até o Terminal, o que obviamente ninguém nunca fez. Uma longa volta sem sentido.
O caminho reto, portanto mais curto, é descer a Paes Leme. O mais calmo, agradável e civilizado é descer pelas ruazinhas, caminho que poucos conhecem. A questão é que em alguns trechos estas ruazinhas são muito estreitas e para carro e bicicleta cruzarem o ciclista tem que ir para a calçada, e foi aí que toquei na senhora, ou atropelei, o mais correto.
Pedalo pensando a segurança do pedestre. Estou em cima de bicicletas faz mais de 40 anos e até ontem sei quantas vezes encostei, repito - encostei num pedestre: 3 vezes. Infelizmente neste meio tempo assustei alguns tantos o que me incomoda e muito.

A foto ao lado é de uma rua estreita em Paris, uma solução simples aplicada em várias ruas europeias que funciona perfeitamente. A Via Amarela, responsável pela linha do metro que passa aqui em Pinheiros me procurou faz alguns anos para saber o que fazer para encher o bicicletário do Terminal Pinheiros. Propus que se negociasse com a CET SP a transformação das ruazinhas nos mesmos moldes das de Paris ou as ruas acalmadas de Amsterdam. Nunca tive retorno, provavelmente me acharam um louco.

Hoje fui três vezes à casa da senhora para saber como ela está, mas ninguém respondeu. Espero que esteja bem.

Numa madrugada que voltava pela rua Paes Leme dei com um corpo estendido no meio da rua exatamente de frente para um puteiro que ainda funcionava. Estava vivo, cheirando a cachaça e dormindo profundamente. Chamei a Polícia, que não demorou a chegar. Puxaram o corpo para a calçada e perguntaram para as meninas que olhavam da janela o que tinha acontecido. Sem constrangimento responderam em coro que ele entrou muito bêbado, começou a criar problemas, acabou dormindo no salão, e quando isto aconteceu foi arrastado escada abaixo e largado no meio do asfalto. "E se fosse atropelado?" perguntou um dos policiais; "Num tropela não. Os carro desvia. A gente tá olhando".

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