Não vou mexer no texto abaixo. Ele é uma resposta ao pessoal da UCB que está discutindo a questão da ligação São Paulo capital a Santos e o pedal que aconteceu no último domingo quando uns 3.000 ciclistas tentaram descer a serra e foram impedidos. Infelizmente não estava lá porque estou com o joelho inflamado, coisa de velho.
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É fato que por diversas razões não sai a ligação São Paulo -
Santos. Algumas entendo, outras acho que é hora de serem superadas.
Na época do Governo Montoro eu estava próximo do que acontecia e não fiquei
sabendo da construção dos bicicletarios então instalados. Não sei quem fez a
coisa acontecer, ou não me lembro. Talvez o Reginaldo Paiva saiba ou talvez
seja ele o agente.
Contam que no Governo Quércia foram fechados os bicicletários por falta de
uso. Moro ao lado da estação da CPTM Pinheiros e sou prova que durante anos vi
uma ou duas bicicletas estacionadas lá, se tanto. Sei que aconteceu o
mesmo em outros bicicletários.
Tendo vivido aquela época posso dizer que um dos maiores problemas foi o erro
de estratégia para melhorar a questão da bicicleta, o que realmente aconteceu.
Muitas vezes foram pedidas coisas que eram irreais ou fora do tempo, o que
prejudicou muito conseguir melhorar a vida de ciclistas. Infelizmente poucos
sabiam ou entendiam, por diversas razões, que havia um número sensível de
ciclistas, operários principalmente, circulando na Grande São Paulo,
principalmente no ABC, área industrial.
Uma coisa é o Legislativo, outra, complemente diferente, o Executivo. Eu não
recomendo responsabilizar o Executivo por todos os males. Outra coisa, quem já
viu o Executivo por dentro sabe que algumas vezes alguém do primeiro escalão
quer, mas o projeto não sai porque o segundo ou mesmo terceiro escalão mela,
para tudo. Existe uma lei sobre responsabilidade técnica nos projetos que dá
mais força a um técnico concursado do que os mortais possam pensar. O projeto
São Paulo Dá Pedal que tinha patrocinador para 255 km com tudo, ciclovia,
ciclofaixa, partilhado, sinalização, totens, orientadores ciclistas, site,
comunicação, projeto educativo.... foi negado numa canetada de terceiro escalão
- ponto final.
Outro ponto é que não se pode confundir a pressão que havia naquela época,
praticamente zero, com o que aconteceu nesta década. Hoje tem bicicleta
passando na cara de todo mundo , tem grupos organizados...
Para mim é muito mais importante dar uma força aos operários que circulam
tanto pela Anchieta como Imigrantes do que abrir uma rota turística para
Santos. Eu gostaria de ver acontecer os dois, mas um passo por vez.
Entendo a preocupação da concessionária, que não para na segurança de
trânsito. Com se faz com os constantes assaltos que acontecem nas rodovias? Por
que a gente não pede providências para dar mais segurança aos trabalhadores que
pedalam ou caminham pela estrada?
Também tomaria cuidado com o discurso porque temos exemplos de concessionárias
que agiram. Na Ayrton Senna, em Rio Claro, e outros. Na Dutra, em Guarulhos,
passava em 2011 um ciclista a cada 27 segundos em horário de pico, mas ninguém
vê, ningue´m fala, ninguém se interessa. Na Ayrton Senna um grupo de
funcionários implantou uma ciclovia para diminuir os constantes acidentes com
operários que desapareceu e ninguém falou uma palavra. Vamos com calma com o
discurso, procuremos saber o que acontece de fato para então pensar numa
estratégia.
Ideia ou proposta apresentada ao Governo de São Paulo de uma ligação para
Santos existe deste 1982, diferente desta que está ai, mas apresentada
oficialmente. Não deu certo. Eu adoraria, melhor, eu sonho ver esta ligação acontecer,
mas como? Qual a forma?
Em anexo um documento de proposta para o cicloviário do Litoral Paulista. Não
sei onde está o funcional.
abraços
Arturo
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