Começo pelo fim. Cheguei lá. E eu que não sou de fazer selfy tirei a minha na ponte de entrada da cidade com a Basílica de Aparecida ao fundo. Entro na cidade pela rua paralela à Basílica, paro para um cafezinho obrigatório, já um pouco assustado como estava calmo. Vou para a Basílica, subo a rampa com muito menos gente que esperava. Missa correndo, Basílica cheia. Não fui ao shopping que fica atrás da Basílica que com certeza deveria estar cheio. Mas no entorno, muito menos que imaginei. Estranho porque enquanto vinha pela Dutra fiquei impressionado com a quantidade de peregrinos caminhando dos dois lados da estrada. Imaginei encontrar uma grande festa, daquelas que você tem alguma dificuldade de circular no meio do povaréu, mas nada disto.
A decoração interna da Basílica está concluída. Ficou lindíssima, de muito bom gosto. É uma obra quase monumental, simples, inteligente, alegre. Os murais são de rara beleza, leves, produto de fino artista, acompanham e completam a grandeza e modernidade da arquitetura. Vale a visita mesmo para quem não é religioso ou cristão.
E o povo? Confesso que fiquei decepcionado. Onde está o povo? Minha ideia era passar o dia circulando na bagunça, ver a festa noturna e só ir embora no dia 12 de Outubro, dia da Padroeira, Dia das Crianças, da inauguração do Cristo Redentor, e do aniversário de minha mãe. Razões para ficar na festa não faltava, mas forças sim. E onde está a festa?
Para fugir do sol inclemente, oficialmente uns 35º C, mais quente no asfalto da estrada movimentada, desde de São José dos Campos pedalei num ritmo bem mais forte que o normal. Sacrifiquei as pernas para não virar churrasco de gato no asfalto. Cheguei bem, mas bem cansado. E sem festa, sem povão, com o pneu traseiro da bicicleta deformado, difícil de pedalar e pronto para estourar... Uma nuvem negra no horizonte vindo rapidamente. Ir para Pindamonhangaba, a outra alternativa, e voltar mais tarde ou no dia seguinte, com aquele pneu nem pensar. Cansado tudo que não queria era ficar no meio da estrada. Fui até a informação e me disseram que naquele horário seria muito fácil encontrar ônibus para voltar para São Paulo, mas que no dia seguinte, dia 12, seria bem difícil. Decidi tentar a sorte na rodoviária. Entre a Basílica e a rodoviária tem a rua do comércio local e lá estavam todo povão em compras. Parecia até uma 25 de Março. Eu não tenho tanta fé assim. Confesso que brochei. Melhor voltar para São Paulo.
Uns minutos depois estava dentro do ônibus, feliz por ter chegado e frustrado por não ficar. Entramos na Dutra e fiquei impressionado com a quantidade de peregrino caminhando e mais impressionado ainda com o número de ciclistas que vi passar. Até um pouco depois de São José dos Campos foi muito ciclista, não sei quantos, mas muito mais ciclista que imaginara. Parei de ver os ciclistas quando a chuva chegou forte.
Hoje é dia 12. Acompanhei com certa frustração os acontecimentos pela TV. Queria estar lá. Infelizmente não tenho mais 20 ou 30 anos, mas felizmente tenho cabeça para ficar longe da confusão que foi. Aparecida recebeu mais gente do que esperavam. Ficou um tanto complicado por lá.
Quer saber, me diverti muito. Tenho vontade de voltar para estrada agora. Não sei a quem agradecer, mas a viagem foi ótima. "Sou caipira Pirapora, Nossa Senhora de Aparecida, ilumina...
Nenhum comentário:
Postar um comentário