A vida é estranha. Quando você está
propenso a revisar sua própria vida acontecem umas coisas estranhas. Primeiro
foi o choque que tive dando aulas para um menino de 11 anos. Sua calma e
objetividade espelhou o que intuitivamente eu invejava em alguns amigos de
minha infância na escola. Demorei décadas para entender que o que me fascinava
neles era a naturalidade com que se comunicavam ou faziam as coisas mais
simples. Eu era irrequieto, perdido na minha própria agitação de quem tem DDA,
Distúrbio de Déficit de Atenção, misturado com dislexia e hipo-hiper glicemia,
que provoca choques glicêmicos e consequentes acessos de instabilidade
emocional.
Cansado de
meu próprio comportamento fui a procura de ser melhor e fiz e continuo fazendo
uma espécie de cruzada na busca da paz que via em algumas pessoas. Uma delas,
Tina, a quem devo eternamente desculpas, me estendeu confiança e alguns livros,
dentre eles O homem e seus símbolos (Jung), Bhagavad Gita e Sidarta. Sidarta
foi um divisor de águas, uma ponte sobre o mar de ventanias fortes e águas revoltas.
Ser ou ter? (também título de outro livro importante). Pendi para o ser. E
estar. No estar se encaixa e entrou a bicicleta e seu pequeno milagre de brincar
com o equilíbrio e oferecer liberdade.
A vida
seguiu seu destino e aos poucos o fogo dos delírios normais da imaturidade
foram perdendo espaço para sonhos supostamente realizáveis; e estes bem
continuaram seu caminho rumo a realidade. "A vida diz tudo a todos"
repetia com frequência Lollia, minha mãe. A vida confirma. Demorei muito
para perceber que muitas de minhas referências são simplesmente humanas, tão
falhas e tão normais como a maioria que está por ai, mas dentro de um
imaginário prestaram um grande serviço apontando um norte.
Norte. Não
é um caminho fácil. Não é chegar na Shangrila do filme,
nem no Nirvana Budista, muito menos qualquer paraíso. Pena, mas sem boas
chacoalhadas não aprendemos. Buscar viver com um mínimo de sensatez. Viver.
Mais: é norte, leste, sul, oeste..., não necessariamente nesta ordem.
Estou, melhor, continuo revisitando
meu passado. Nem tão belo ou horroroso como senti no momento dos acontecimentos.
Me orgulho de ter me esforçado em aprender com meus próprios erros, muitos
idiotas, estúpidos, completamente desnecessários, doloridos que não passam, mas
que a vida nos coloca de proa. Não se foge ou apaga os pecados, mas possível tentar
lavar um pouco a alma mostrando a outros como evitá-los. Sempre há um caminho
mais fácil e seguro. Passa longe do inconsequente e com certeza absoluta do a
qualquer custo.
Hoje está mais que provado pela
ciência: o bem está no coletivo, no diálogo, é o futuro. A sabedoria está na
dúvida, dúvida até do que é correto. Correto quando?; para quem?; como?... A vida é estranha. Quando você está
propenso a revisar sua própria vida acontecem umas coisas estranhas. Primeiro
foi o choque que tive dando aluas para um menino de 11 anos. Sua calma e
objetividade espelhou o que intuitivamente eu invejava em alguns amigos de
minha infância na escola. Demorei décadas para entender que o que me fascinava
neles era a naturalidade com que se comunicavam ou faziam as coisas mais
simples. Eu era irrequieto, perdido na minha própria agitação de quem tem DDA,
Distúrbio de Déficit de Atenção, misturado com dislexia e hipo-hiper glicemia,
que provoca choques glicêmicos e consequentes acessos de instabilidade
emocional.
Cansado de
meu próprio comportamento fui a procura de ser melhor e fiz e continuo fazendo
uma espécie de cruzada na busca da paz que via em algumas pessoas. Uma delas,
Tina, a quem devo eternamente desculpas, me estendeu confiança e alguns livros,
dentre eles O homem e seus símbolos (Jung), Bhagavad Gita e Sidarta. Sidarta
foi um divisor de águas, uma ponte sobre o mar de ventanias fortes e águas revoltas.
Ser ou ter? (também título de outro livro importante). Pendi para o ser. E
estar. No estar se encaixa e entrou a bicicleta e seu pequeno milagre de brincar
com o equilíbrio e oferecer liberdade.
A vida
seguiu seu destino e aos poucos o fogo dos delírios normais da imaturidade
foram perdendo espaço para sonhos supostamente realizáveis; e estes bem
continuaram seu caminho rumo a realidade. "A vida diz tudo a todos"
repetia com frequência Lollia, minha mãe. A vida confirma. Demorei muito
para perceber que muitas de minhas referências são simplesmente humanas, tão
falhas e tão normais como a maioria que está por ai, mas dentro de um
imaginário prestaram um grande serviço apontando um norte.
Norte. Não
é um caminho fácil. Não é chegar na Shangrila do filme,
nem no Nirvana Budista, muito menos qualquer paraíso. Pena, mas sem boas
chacoalhadas não aprendemos. Buscar viver com um mínimo de sensatez. Viver.
Mais: é norte, leste, sul, oeste..., não necessariamente nesta ordem.
Estou, melhor, continuo revisitando
meu passado. Nem tão belo ou horroroso como senti no momento dos acontecimentos.
Me orgulho de ter me esforçado em aprender com meus próprios erros, muitos
idiotas, estúpidos, completamente desnecessários, doloridos que não passam, mas
que a vida nos coloca de proa. Não se foge ou apaga os pecados, mas possível tentar
lavar um pouco a alma mostrando a outros como evitá-los. Sempre há um caminho
mais fácil e seguro. Passa longe do inconsequente e com certeza absoluta do a
qualquer custo.
Hoje está mais que provado pela
ciência: o bem está no coletivo, no diálogo, é o futuro. A sabedoria está na
dúvida, dúvida até do que é correto. Correto quando?; para quem?; como?...
A 100 passos de um sonho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário