quarta-feira, 8 de junho de 2022

Summit Mobilidades Estadão, discussão sobre mobilidades: perguntas

A foto abaixo é uma das caixas subterrâneas de distribuição de telefone e internet no baixo Pinheiros; igual a todas pela cidade. Como está funcionando sua internet e seu telefone? Funciona perfeitamente? Começar a discussão sobre mobilidades falando sobre a qualidade de nosso sistema telefônico e de internet? Não está ou não deveria estar tudo interconectado? O sonho da mobilidade na nova cidade não está intimamente ligado às comunicações? Explicação no final


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O Estado de São Paulo

Sobre subtítulos do caderno Summit de Mobilidade 2022

Uma nova mobilidade desejável e tão necessária só é possível em cidades e sociedades que estejam minimamente preparadas e disponíveis para este futuro. Nossas leis e a organização administrativa de nossas cidades são obsoletas, lentas, ineficientes, absolutamente desconectadas até com realidades já passadas. Até o melhor dos administradores é obrigado a lidar com cada um dos inúmeros e insolúveis problemas cotidianos de forma pontual e isolada de um contexto mais abrangente. Não conseguimos sequer resolver o problema  crônico dos semáforos, como pensar um futuro de novas mobilidades? A nova mobilidade que se apresenta no planeta só dá resultados com populações que têm bom nível educacional para compreender o que é cidade, suas possibilidades e seu uso mais apropriado: a vida coletiva, democrática. Educação é um dos nossos graves problemas crônicos; baixo senso de coletividade e civilidade são consequências deste buraco sem fundo na educação. Por outro lado, propostas para as novas mobilidades estão intimamente ligadas ao perfeito funcionamento dos sistemas de energia e comunicações, o que também não ainda temos funcionando a contento e pelo andar da carruagem vai demorar para ser resolvido.
Antes de pensar nas mobilidades do futuro urge que resolva o caos primário que vivemos todos dias em nossas cidades. Básico do básico: Veículos elétricos são projetados para rodar em asfalto civilizado, ou seja, liso, sem um buraco depois do outro. Semáforos tem que funcionar. Começamos muito mal a partir deste básico do básico. 
Sonhar não faz mal a ninguém, mas do jeito como estão nossas cidades sonhar com novas mobilidades não passa de delírio. Temos que parar de sonhar e realizar com qualidade. Como diz um dos subtítulos do bom caderno Summit Mobilidade do Estadão "Entre os desafios apontados estão a falta de estrutura e a necessidade de repensar o planejamento urbano". Planejamento urbano? Qual, das construtoras? Não são desafios, são urgências urgentíssimas, está aí o nó de nossa democracia; vê quem quer. A qualidade da cidade, assim como a qualidade da educação, são a base para a ordem e progresso, paz, segurança e equidade, que tanto se deseja. O resto (tudo) vem junto. Aliás, não existe escola de qualidade sem um entorno de qualidade, ou seja, a cidade; simples assim.


"Rede Saudável: Investir em ciclovias não só dá mais segurança a quem pedal já pedala, 'mas' (sic) incentivam novos ciclistas" outro subtítulo do caderno Summit Mobilidade. Não haver números sobre incidentes e acidentes entre e envolvendo ciclistas que pedalam nas ciclovias não quer dizer que não os há. Números oficiais apontam para o aumento de acidentes com ciclistas, provavelmente com entregadores de aplicativos e fora das ciclovias, o que de certa forma também aponta para um erro na política de segurança no trânsito para ciclistas. Repetir o "mais ciclovias" sem educação dos ciclistas? Não há números sobre quantos km são rodados por ciclistas fora das ciclovias, portanto não se tem números confiáveis. Ainda neste sentido e sobre o subtítulo da matéria é pertinente fazer a pergunta: que tipo de segurança se quer para os ciclistas? Segregada? Segregação gera distorções, problemas futuros. Segrega cada grupo da social dentro da cidade, é isto que se propõe? 
"Rede Saudável: Investir em ciclovias não só dá mais segurança a quem pedal já pedala, 'mas' (sic) incentivam novos ciclistas". E, sim, e não o "mas" como está no subtítulo da matéria, ciclovias incentivam novos ciclistas, mas, e agora sim "mas", não é a única nem a melhor forma de incentivar o uso da bicicleta e as mobilidades ativas para o modo de transporte. A cidade do futuro caminha para integração, definitivamente não para a segregação.

"Nas cidades pedestres e ciclistas ficam em segundo plano" não condiz com a nossa realidade. Pedestres ficam em último lugar porque perdem espaço para ciclistas além de ficar expostos ao atropelamento por eles, fato comum e cotidiano.

"O fato é que não dá para construir vias para todo mundo", diz outro subtítulo, e está absolutamente correto, não dá e nem é apropriado. Segregar todos os modais? Segregar em locais onde é desnecessário, como no interno de bairros calmos? Mais, é um crime ambiental cimentar canteiros centrais gramados e ou ajardinados em nome da mobilidade ciclística ambientalmente e politicamente correta. Há outras soluções, mas falta coragem, falta inteligência. Nós simplesmente recusamos aplicar exemplos bem sucedidos de outros países sob a alegação pífia que nós somos diferentes.
   
Conexão e sustentabilidade: os pilares da mobilidade do futuro
Voltando ao começo deste texto; este embaralhado de fios é onde estão minhas ligações de fibra ótica e telefone fixo. Toda vez que fazem manutenção em alguma linha ou fibra vizinha desligam ou quebram a minha e ou de outro vizinho. Não foi diferente desta vez quando um senhor mudou-se para a casa ao lado. E todas vez que aciono o conserto de minha internet e ou telefone fixo, que chia depois de qualquer chuva, tenho que ir até a rua mostrar para os técnicos da Vivo onde está minha caixa de conecções. O pequeno e discreto detalhe é que moro em Pinheiros onde toda a fiação foi mudada para subterrânea faz uns 12 anos; portanto, suponho eu, Prefeitura e concessionárias deveriam ter o mapeamento subterrâneo. 
Por que dá tanto problema? Eraram o projeto do cabeamento subterrâneo. Deram um número de caixas subterrâneas igual para todas as concessionárias, então a Oi, que praticamente não atende ninguém, tem tantas caixas quanto a Vivo que atende a maioria. Nas caixas da Vivo o espaço para trabalho é escasso e os técnicos quebram com facilidade e sem querer a ligação dos outros no simples fechar a caixa. Brilhante!

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