quarta-feira, 9 de março de 2022

A cidade pós Covid... (já era). A cidade pós invasão da Ucrânia (estreia em breve)



As cidades pré Covid vinham em rápido processo de mudança para melhorar a qualidade de vida, saúde pública, acompanhar a transformação do trabalho, contornar o problema que o automóvel individual vem causando faz tempo, abrir espaço para movas mobilidades, respeitar o novo pensar a família, o coletivo, o individual... Havia "N" (maiúsculo) razões para mudar, para um novo olhar sobre o uso dos espaços públicos e privados e, mais importante, evitar o colapso financeiro, a falência, insolvência. Em última estância cidades são negócios sociais, se não tiver as contas em dia (zero+1) todos perdem, ricos, remediados e principalmente os pobres, é disto que se trata. Questões muito complexas. Estou exagerando? Simples assim: Detroit pediu falência e tenta desesperadamente não literalmente virar uma cidade fantasma. Só Detroit? Claro que não.
No Brasil estamos muito mal-acostumados porque o erário público cobre qualquer besteira ou maluquice. Bem entendido, quem cobre o rombo de centenas de cidades é o meu, o teu, o nosso bolso, o bolso de todos, sem exceção; e achamos normal. 

Um dos sinais deste novo tempo que já passou está refletido no que vem acontecendo com os shopping centers americanos, setor que vem desmoronando sem parar. Para entender melhor vale a leitura do bom artigo de Luís Alberto Marinho, Shopping centers estão vivendo seu “momento Kodak”, publicado no Mercado & Consumo. 
Cidades que viveram seus "momentos Kodak", como São Paulo, já tinham ficado para trás, agora então... Simples: o dinheiro para investimento que já era curto vai ficar mais curto ainda.

A cidade pós-Covid um dia voltará a ser a mesma? A mesma, mesma, tudo indica que não. A pandemia mudou as pessoas e faz sentido pensar que a cidade deva ser transformada por esta mudança. Um exemplo bem simples da mudança inevitável: está claro é que os espaços de vivência e convivência têm que ser melhor iluminados e ventilados, mais que uma questão de saúde pública, uma questão de sobrevivência. A ciência bate aposta alta que novas epidemias virão.

Muito cedo para dizer o que deve acontecer com as cidades pós invasão da Ucrânia. Passados poucos dias de massacre a única coisa que se tem certeza é que o planeta não será o mesmo daqui para frente. Teoria da conspiração? Não, lógica pura, olhar para a história. Não preciso ler os inúmeros artigos e editoriais que estão sendo publicados para chegar a esta conclusão. Bloomberg soltou que há uma boa chance de o barril de petróleo chegar a US$ 200,00. Já tem gente falando em US$ 300,00. Já bateu em US$ 128,00 e segue subindo. Miriam Leitão deu poucas semanas para a economia da Rússia entrar em colapso, com reflexos em todo planeta. Nada será como antes... Se a geopolítica e a macroeconomia já mudaram as cidades de todo planeta mudarão no brutal vácuo que está criado.

Um ponto pacífico: empobrecimento geral e todas suas consequências, que não costumam ser boas.

Nas três situações, pré pandemia, pós pandemia e guerra na Europa, um fato já estava claríssimo: faz tempo que não tem mais dinheiro sobrando para jogar no lixo. Alguém tem dúvida que o dinheiro disponível será concentrado na reconstrução da Ucrânia? Em outras palavras, se já não dava para desperdiçar, a partir de agora é que não vai dar mais, um centavo sequer. Tem solução? Sempre tem. Que tal usar o melhor da inteligência? Administração confusa, desperdício de dinheiro, projetos ruins, construções mal executadas, quebras de contratos, indecisão, leis confusas, legislativo medíocre, falta de confiabilidade, é certeza de naufrágio de toda a sua população, aliás já era. (Não sei porque esta última frase me lembra um certo país)

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