Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo
Lendo um jornal jogado no chão da oficina sobre o Scandinavian Day, (Estadão, caderno especial Mídia Lab, 27 de novembro de 2020) dei de cara com o verbo "empoderar" que me causa arrepios e nunca soube por que. E caiu a ficha: a saída não está em conceder, dar ou ter poder, o que é a definição de "empoderar", mas em direitos, deveres, senso de coletividade, equidade, legitimidade. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa completamente diferente.
Democracia, da forma como tem sido usada e abusada, é outra palavra que a cada dia me dá mais arrepios. Não é a palavra democracia, muito menos o que deveria ser a democracia, mas a vulgaridade e falta de respeito com que é tratada. Repetem a besteira como se repetindo sem parar as pessoas um dia aprendam o que é democracia e como ser um democrata. Opa! voltamos a minha escolinha de infância onde o que valia era o decoreba? Até vejo a professora na lousa mandando a classe repetir. Pelo amor de Deus, não! Deus está contigo e está conosco até o pescoço cantava Elis Regina na maravilhosa música Cartomante de Ivan Lins, um dos hinos da queda da ditadura. O discurso "democracia" que temos faz muito, um pouco mais de 10 anos, cheira tanto a ditadura, que por sua vez pode ser traduzido em populismo. O que temos hoje então.... que horror.
Não é um jogo de poder, mas a construção de um coletivo equilibrado e autossustentável. Não é empoderar, não é direito, (não é ciclovia, não é segregar, não ter poder segregado,) não é impor democracia goela abaixo, mas construir. Em sociedade que duvida ou critica, praticamente a mesma coisa, que 2+2=4 poder vira arma de luta. Aí está o erro, crasso!
Os países nórdicos e os Países Baixos, leia-se Holanda, viraram referência porque são coletivos. Coletivos! no sentido literal. O mesmo para onde haja a liberdade de uma democracia de fato. O resto é resto.
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