Com a pandemia o jornal Estadão passou publicar a série de artigos "Retomada Verde" que ofereceu, e segue oferecendo, ideias para o que se pode e deve ser feito de nossas vidas e do planeta daqui para frente. Um deles, com título " 'DIREITO DE CONSERTAR' GANHA ESPAÇO; Iniciativas para alongar a vida útil dos produtos levam cidadão a adotar consumo consciente" de João Prata, publicado em 13 de novembro de 2020 é ótimo e ficou no chão ao lado de minha cama para ser base de texto neste blog. Chegou o momento.
Ao lado do texto sobre o 'Direito de consertar' está uma caixa com título "Venda de usados representa grande ajuda para o planeta" e é, como é. Quem conserta, recupera, reaproveita está ajudando e muito nosso futuro. Ninguém duvida que é inaceitável desperdiçar, descartar, jogar no lixo.
Dependendo de como é usada e mantida a bicicleta pode ser prejudicial ao meio ambiente, portanto prejudicial a nossas vidas.
Quem imagina que na Holanda todas a bicicletas são novinhas, bonitinhas, se engana. Europeu usa suas bicicletas até onde não tem mais conserto, até o osso. Mesmo assim há várias ONGs que pegam bicicletas que estão destinadas à reciclagem e ainda dão um jeito para uma sobrevida. Só vendo para acreditar.
Quem já pedalou pelo litoral paulista sabe que o povo tira da bicicleta até a última gota de sangue, comum em qualquer localidade de renda baixa, exatamente como em qualquer país rico, com alto IDH. Bicicleta bonitinha, perfeita, limpinha, cheirando a nova, é coisa de moda, da necessidade de status, ... de gente que desperdiça. Quem é ambientalmente consciente preserva.
Mas por que se conserta tão pouco?
Branco está mudando sua bicicletaria de endereço e com isto descobriu que tinha caixas e caixas de peças ainda aproveitáveis. Fez um bazar. Boa parte das bicicletarias não tem mais estes "lixos" por diversas razões, principalmente pela falta de espaço e o famoso "tempo é dinheiro".
A maioria dos ciclistas quando tem algum problema com a bicicleta entra na bicicletaria e quer ela para ontem. Para atender os clientes e não perder dinheiro o caminho mais rápido, rentável e seguro para a bicicletaria é trocar a peça com defeito por uma nova e descartar no lixo a defeituosa.
Consertar ou remendar demanda habilidade, conhecimento, paciência, e principalmente tempo. Tempo é dinheiro, dogma econômico de nossos dias. É deprimente ver na lixeira muitas câmaras novas com pequenos furos, fáceis de remendar. Bicicletarias tem que fazer assim porque a maioria dos clientes não quer câmara remendada em suas bicicletas.
Consertar, recuperar, reaproveitar é dever de todo ciclista, melhor, de todo cidadão com um mínimo de consciência social e ambiental.
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