Já é noite aqui e estou vendo notícias sobre a vitória de Biden e Kamala Harris. Sei lá porque depois do almoço liguei a TV no exato momento que estavam noticiando a definição da eleição. Desandei a chorar de alegria e esperança. Me vesti e fui para rua gritar, passando como um insensato incompreensível louco para a maioria dos que me ouviam. Estranho, não esperava numa rua típica da esquerda e de gente esclarecida que "Biden ganhou, acabou, eleição definida" não provocasse gritos de apoio, alegria, e coro de protesto ao que vivemos. Um casal jovem sinalizou sua felicidade e uma senhora parada no cruzamento repicou com muito entusiasmo "Biden!" sinalizando positivo, e só. O mais, olhares, quando tanto.
Seguindo em frente e com uma subida para pedalar fui perdendo os fôlegos, do entusiasmo e dos pulmões. Deixa estar, desinteresse, foda-se, ou incapacidade para compreender o que a queda de um Trump significa me indaguei já suando a subida. "Eu queria estar lá", ouvi mais tarde. Confesso que eu também. Bem vindo Biden e Kamala, bem vinda a democracia, os direitos humanos e o respeito ao meio ambiente. Bem vindo o alento da sensatez.
Em 1986 ganhei de um dos funcionários do Banco Mundial que trabalhava no sertão Pernambucano um livro que fez muita diferença: To have or to be? do Erich Fromm, livro este que estou relendo agora. Foi editado e lançado em 1976 e é assustador sua leitura. É atual 44 anos depois ou estamos 44 anos defasados. Defasados com certeza.
Um comentarista político disse que esta eleição americana definiria muito do populismo no mundo. Populismo, de qualquer matiz, é o pior câncer que um planeta já em em UTI pode ter. Aliás, populismo é responsável montanhas de merdas de nossa história. A queda de Trump é muito mais que um voto de esperança. É a esperança que sensatez um dia vença.
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