Limpando rascunhos.
Só consigo revisar no celular, portanto desculpem os erros da primeira publicação
Uau! Faz tempo e continua exatamente a mesma coisa? Upa! Espero que seja para pensar.
No Direto da Fonte da ótima Sonia Racy (05 de Outubro de 2020) veio esta entrevista com Carlos Jereissati Filho onde ele fala sobre o problema da demora geral que temos aqui no Brasil para as coisas acontecerem. Quem tem assinatura vai poder ler a ótima entrevista completa ou então leiam o trecho que fiz o scanner
https://cultura.estadao.com.br/blogs/direto-da-fonte/precisamos-da-reforma-administrativa-antes-diz-carlos-jereissati-filho-do-iguatemi/
Juntando a entrevista do Carlos Jereissati com o que o que digo aqui: ou as mudanças acontecem já ou estamos fritos. Esta demora sem fim não é só responsabilidade do poder público, é de todos nós. Se manifestar pressionando por coisas erradas, inviáveis, absurdas, cria problemas novos e dificulta mais ainda obter bons resultados. Exemplos triviais:
- estimular o uso da bicicleta sem educar o ciclista criou sérios problemas para pedestres, para os próprios ciclistas, dentre outros.
- falar só em ciclovia e ciclofaixa dificulta a implantação de sistemas cicloviários onde não é necessário segregação do ciclista, principalmente em internos de bairros, onde acalmamento de trânsito ajudaria na segurança de todos, principalmente crianças, idosos e pessoas com problemas de mobilidade
- o discurso "todo motorista é assassino" foi e continua sendo absolutamente contra produtivo em termos de segurança porque cria um inimigo. E definitivamente não é verdade
- acidentes entre ciclistas são comuns em ciclovias e ciclofaixas, mas ninguém fala
- só colocar foco no ciclista limita muito o pensar outras mobilidades ativas
tem que fazer, tem que implantar é completamente diferente de qualidade. Não é o quanto, mas o como...
etc...
O nosso circo está pegando fogo, na metáfora e no literal. O povo vai ficar quieto? Uau!
Para quem tiver saco, aqui está um ótimo exemplo de como não se deve reinvidicar algo. Muita explicação, muita informação desnecessário ou de conhecimento público, texto muito longo... E no final do dito manifesto as reinvidicações, estas válidas:
Autor: este que vos escreve.
Dá para entregar um Manifesto pedindo presteza e bom senso? Até dá, mas duvido que tenha qualquer efeito. Não somos afeitos à eficiência. Efeito; eficiente; tem a mesma raiz? Devem ter, caso não seja está decretado.
Quando começamos a entregar manifestos pró bicicleta aos candidatos, a partir de 1986, tínhamos a esperança que algo iria acontecer por pura inocência. Não sei o quanto o esforço dos manifestos tem haver com o que está acontecendo, mas se teve foi depois de muita espera, e põe espera aí.
Não dá para parar de pressionar, isto é certo. Como não dá para ficar esperando. Quem espera nunca alcança. Por isto no site da Escola de Bicicleta recomendamos que os manifestos sejam realistas, o que sei que no meio deste surto de esquizofrenia é algo meio difícil.
2020
Eleições Municipais – Manifesto.
Hoje há muita informação. Os cadernos Mobilidade que o Estadão vem publicando são em si um manifesto. Discordo de alguns pontos apresentados, uns porque estou cansado de ver e ler a mesmice de sempre, outros porque acredito que urge darmos um pulo para o futuro. Somos, brasileiros, praticamente medievais e o futuro é certamente digital, imediato, agora, senão ontem. Nosso blá blá blá, nossa discussão infantilmente democrata, improdutiva, nos vai levar para o atraso, muito mais que já nos levou. Não dá mais. Nos falta realismo. Nos falta manifestarmos depois de pensar um pouco sobre o nos manifestaremos. Urge sair da mesmice e olhar para a realidade minimamente com bom senso. Não é o que você quer, mas o que é melhor para todos, não só seus iguais, e que pode ser de fato alcançado. Um passo por vez.
Infelizmente não encontrei o Manifesto que entregamos em 1986 e 1990, mas não difere muito deste entregue em 2008. Vale a leitura para ver o que se fez, o que mudou, o que ficou na mesma.
Manifesto para a Viabilização do Uso de Bicicletas e outros Modos de Transporte Não Motorizados para o Município
POR UMA POLÍTICA MUNICIPAL PARA NÃO MOTORIZADOS
2008
Sobre o número de ciclistas e bicicletas nas cidades brasileiras:
A bicicleta deixou de ser só um meio de lazer, esporte ou brinquedo e se tornou definitivamente uma opção de transporte.
Nestes últimos anos o número de ciclistas circulando pelo Município não pára de crescer, seja por questões de praticidade, economia ou por causa das deficiências do transporte público. Cresce seu uso, independente da faixa etária, sexo, condição social, econômica e da ausência do Poder Público no implemento de melhorias e ordenamento garantido em Lei.
Há uma imensa demanda reprimida de usuários da bicicleta, o que pode ser comprovado nos fins de semana, quando a frota de bicicletas na rua aumenta sensivelmente. Somente um terço das bicicletas existentes no país saem às ruas.
Sobre o traçado urbano e a topografia, e o uso da bicicleta:
O trânsito denso e pesado na cidade está concentrado em avenidas e vias expressas específicas o que cria ilhas de tranquilidade no interior dos bairros, que podem ser usados como excelente opção de caminhos alternativos voltado para ciclistas e outras mobilidades não motorizadas.
A desculpa da topografia acidentada não constitui problema tanto porque a maioria das bicicletas é dotada de marchas. o que permite vencer com certa facilidade até aclives acentuados. Isto faz com que o padrão técnico de declividade para uso de bicicletas existentes hoje seja outro.
A bicicleta é veículo ideal para pequenas e médias distâncias, muito eficiente até 4km. Tem uma média de velocidade urbana entre 12 e 18km/h, dependendo do número de semáforos. Sua aceleração e manutenção de velocidade tornam incompatível o convívio do ciclista com trânsito de vias expressas. Portanto é dentro dos bairros e suas ruas tranqüilas onde há a situação mais apropriada para estabelecer o uso da bicicleta.
Pensada com inteligência a bicicleta traz notáveis benefícios para o seu usuário, para a comunidade local e para a economia da cidade como um todo. Bicicleta abre as portas para um desenvolvimento urbano mais justo para todos os outros não-motorizados.
O uso da bicicleta transforma e educa para a vida.
A vida do ciclista e dos não-motorizados hoje:
Não resta dúvidas que o uso da bicicleta está e continuará crescendo, independente da presença ou vontade dos Governos, o que positivamente não é uma situação ideal. A conseqüência disto está nas poucas estatísticas que mostram o aumento de problemas.
O descuido beira o inaceitável.
Não é de interesse dos ciclistas e menos ainda de toda sociedade que, por descaso do poder público, haja mais um veículo gerando conflitos em vias que já estão no seu limite.
Esta situação pode apagar a imagem simpática que a bicicleta ainda tem, o que só faria piorar a situação.
Pela ordem e o progresso respeitando todos direitos:
Urge respeitar direitos e cumprir a Lei, fazer presente o poder público em suas obrigações com relação aos ciclistas e todos demais não-motorizados.
É conveniente abrir canais de comunicação e obter colaboração de ciclistas e outros não-motorizados experientes para a solução dos problemas.
Quem não usa veículos motorizados se encontra abandonado. É necessário rever a política de transporte para que esta inclua e integre todos os modais de transporte.
Infelizmente, parece ser necessário lembrar que todo cidadão tem direito à mobilidade, ao compartilhamento do espaço destinado ao trânsito, à saúde pública, à redução de acidentes, à preservação do meio ambiente, enfim, ao respeito e a dignidade.
É absolutamente impossível continuar negando a existência da bicicleta, do ciclista, do cadeirante, do deficiente, do pedestre e de todos outros não-motorizados.
Por uma política de trânsito democrática.
Pela criação de uma política de mobilidades amplamente inclusiva.
Pontos básicos de reivindicação:
Para todos:
1. pedestres!: lembrar sempre que nós todos somos pedestres!
2. iniciar política voltada para todas as mobilidades.
3. respeitar os direitos de menores, idosos e não motorizados
4. inclusão em curto prazo de pessoas com necessidades especiais (15% da população)
Para o estímulo ao uso da bicicleta;
Levantamento geral da situação atual:
Mapeamento feito sob o ponto de vista do ciclista
Campanha Educativa
Educação para o Trânsito voltada para Crianças e Adolescentes
Bicicletários, pára-ciclos e estacionamentos
Criação de órgão responsável pelas bicicletas e não-motorizados para o Município e área Metropolitana
Dar treinamento específico para policiais e técnicos
Criação de Polícia-ciclística
Formação de orientadores / professores de segurança ciclistas
Banco de dados específico
Contato com entidades representativas de motorizados
Rever Leis e tomar providências necessárias
Levar em conta todas alternativas - não restringir se a ciclovias
Planejamento e execução de projeto melhorias: Ciclorede
Colocar na rua orientadores / professores de segurança no trânsito voltados para o ciclista comum, que trabalhem pedalando e vivenciando os problemas da bicicleta > educação + pesquisa = banco de dados = segurança = menor custo
Cadastramento e controle imediato das bicicletas profissionais – bicicletas de carga / entrega, definindo responsabilidades.
Criar facilidades em estradas que cortam o Município.
Criar áreas de treinamento esportivo
Definir responsabilidade legal sobre a criança ciclista e uso de calçada
Definir regras de uso em parques e espaços públicos
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Escola Blogspot
25 de Junho de 2018
Manifesto a todos candidatos das eleições de 2018
Pela redução imediata do genocídio no trânsito e pela reconstrução para cidades menos violentas
CONTRAN:
Ter um CONTRAN dinâmico, ligado à realidade, às rapidíssimas mudanças que estamos vivendo. As respostas são absurdamente lentas para a carnificina que temos.
Aprovação de sinalização própria para ciclistas e outros transportes ativos
Ser realista
Derrubar o uso indiscriminado de pintura vermelha em ciclovias e ciclofaixas. Racionalizar os recursos. Dar inteligência.
Imediata regulamentação de luzes e faroletes para bicicletas. Regulamentar pisca-pisca
Estradas conurbadas – caminho de trabalhadores – estudar e dar solução para os movimentações ativas: ciclistas, pedestres,...
Multas: estabelecer critérios que priorizem a segurança e preservação da vida. A indústria da multa, existente ou não, tira autoridade, o que é péssimo para a segurança no trânsito. Evitar pegadinhas
Congresso Nacional:
Unificar B.O.s em todos níveis, Municipal, Estadual, Federal – Guarda Municipal, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária, Polícia Federal
Unificar banco de dados sobre multas, acidentes e mortos. Regionalizar
Melhorar condição de trabalho das polícias Técnica, Científica e Legista
IBGE: mapear e cruzar dados sobre mortes violentas e outros tipos de violência e acidentes de trânsito
IBGE: incluir levantamento número de bicicletas, de ciclistas, outras mobilidades ativas e seus modais, no Brasil.
Fazer seminário ou congresso periódico de âmbito nacional com todos
Estabelecer normas para intermodais.
Banco de dados nacional sobre roubos de bicicletas – parece bobagem, mas é uma questão seríssima, influenciando na segurança geral, vide situação nas grandes capitais do mundo e em especial na Holanda
Iniciar trabalhos com vista a criação de sistemas cicloviários intermunicipais, regionais e metropolitanos
Vincular construção de novas estradas às movimentações, segurança e bem estar da população não usuária de veículos motores
Estradas conurbadas: ver legislação e fazer modificações necessárias para resolver as questões de segurança de pedestres e ciclistas. As soluções atuais tem se mostrado impróprias na maioria dos casos.
CTB, Código de Trânsito Brasileiro:
Rever CTB: estabelecer vias como espaços públicos e espaços privados de uso público, dando suporte legal a nova dinâmica de vida que todas as cidades não só do Brasil estão ganhando. O padrão ainda rodoviarista está sendo revisto em todo mundo
Ver a questão de transporte como mobilidades humanas e transporte para cargas
Mudar padrões técnicos de geometria viária de forma a dar mais segurança, conforto e prazer a todos transportes ativos.
Imediata ação para minimizar problemas causados por estradas conurbadas. Repensar conceitos para vias expressas
Rever as leis, e seus conceitos, sobre dinâmica e eficiência linear das movimentações em vias públicas (exemplos: diferentes velocidades para momentos diferentes do dia e local; rever os conceitos de semaforização, sinalização horizontal e vertical; uso de inteligência para os fluxos, no que estamos atrasados décadas...)
Iniciar estudos, colher dados, informações, e fazer pensar os caminhos que as redes sociais darão às cidades de hoje e de amanhã. Propor regulamentações e leis específicas.
Rever legislação e normas sobre vias sobrepostas: viadutos, túneis, anéis viários, vias expressas...
Bicicletas e Mobilidades ativas:
Estudar e propor soluções para a questão de todos veículos elétricos individuais de pequeno porte - monociclos, patinetes, bicicletas, mini scooters, segway.…
Criar e regulamentar sinalização própria para ciclistas e mobilidades ativas. Continuar a usar sinalização comum a todo trânsito motorizado para ciclistas cria uma série de confusões perigosas. A dinâmica de leitura da sinalização por quem se transporta de maneira ativa é muito diferente.
Educação:
Criar sistema educacional realista para crianças e escolas. Fazer as crianças brincar de adultos talvez não seja o único nem o melhor caminho para educação infantil.
Ser realista: entender a situação local e trabalhar segurança no trânsito comendo o mingau quente pelas bordas. A lei pela lei, o CTB como única salvação, só amplia o gravíssimo problema de segurança que temos no país. Na atual situação o CTB não tem a legitimidade que deveria.
Ciclistas e pedestres estão praticamente no mesmo barco (para não citar pessoas com deficiência e outros). É inaceitável a falta de cortesia (para dizer o mínimo) dos ciclistas para com os pedestres, fato infelizmente comum. Não só com eles, mas com outros ciclistas também. Se faz urgente um plano de educação para os ciclistas.
Cidade; urbanismo, outras mobilidades:
Obrigar a existência de mapas urbanos com um mínimo de três níveis: solo, subsolo e corte das construções. Sem mapeamento é literalmente impossível resolver grande parte dos problemas que temos de transportes. Mais: sem mapeamento estamos condenados não acompanhar o desenvolvimento urbano necessário para as cidades tecnológicas, o que representa riscar o Brasil do mapa dos países em desenvolvimento
Pensar desenho urbano de favelas e suas mobilidades
Ciclismo esportivo
Cicloturismo
Cicloturismo e ciclismo esportivo é realidade, fato consumado, e precisa ser tratado com realismo. A tendência irreversível é crescimento constante
Formalizar, sinalizar, tomar providências para estradas que já são caminhos de romeiros ou áreas de treinamento de ciclistas
Estradas conurbadas – problema seríssimo
Estradas vicinais
Acostamentos – manutenção
Uso de federações e clubes de cicloturismo para educar ciclistas
Definir normas e treinar Polícias Rodoviárias
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