domingo, 26 de maio de 2024

Violência Brasil: lutamos contra?

gravado em 2012

Faz todo sentido cruzar o texto de Eliane Cantanhede publicado no Estadão, "Quem tramou, e como, a anistia geral e irrestrita da Lava Jato", com o artigo de entrevistas  publicados no mesmo jornal (23 e 24/05/2024). As conclusões, óbvias, são desanimadoras, para dizer o mínimo. 

Existe uma íntima relação entre os dois casos: Brasil. Um contando a história de como foram extintas pelo poder legalmente constituído responsabilidades por crimes fartamente documentados e que atingiram este mesmo poder legalmente constituído. Outro apontando as razões pelas quais o Brasil tem uma ineficiência assustadora no combate ao crime organizado, e porque não dizer toda espécie de crime, sem exceção. O primeiro artigo fala sobre acordão dos três poderes deste país, Executivo, Legislativo e Judiciário, para livrar todos os já condenados e evitar novos "problemas" para os seus. O segundo cita, dentre outras coisas, a crônica falta de vontade das autoridades para uniformizar informações e agilizar o combate ao crime. Não sei porque tenho a sensação que os textos dos dois artigos poderiam ser trocados sem que com isto fosse afetado o sentido do que está sendo dito, melhor, afirmado. 

Criminalidade, de toda espécie e forma, especialmente no Brasil, é negócio muito rentável para alguns e porque não fizer seguro. Todos praticam, todos nós, brasileiros, sem exceção. Começando pelo jogar lixo na rua o que gera muito mais consequências sociais que a maioria possa imaginar. Passando pelas pequenas infrações triviais de trânsito, a festiva barulheira infernal dos bares, os pequenos assaltos diários que ninguém se importa mais, e terminando pelo crime organizado de todo tipo, não só o tráfico de drogas. Até mesmo assassinatos bárbaros de grande repercussão tem processos demorados, julgamentos com recursos intermináveis e alta possibilidade do acusado escapar para liberdade para matar o próximo. Quem se importa? Alguém aí nega esta verdade?

Quem tem interesse na manutenção deste tipo de situação? Eu digo: pelo visto, pelo andar da carroagem, todos, todos nós. Quantas vezes saímos às ruas para urrar contra tudo isto? Sim, saímos às ruas para protestar contra um ou outro, mas não contra um sistema. 
O que está acontecendo e vem sendo fartamente noticiado faz muito é que há um acordão geral e completo. Incluí aí os salvadores da Pátria, os de esquerda, os de direita, e o silêncio geral dos trouxas. 
 
Se colocarmos o país nos trilhos o que deliramos ser nossas ditas liberdades individuais devem diminuir ou acabar. Para mim, aí está o medo de todo brasileiro, que acabe a nossa baderna libertina libertadora de cada dia. Começando por nunca reconhecer seus próprios erros e sempre apontar a culpa para o próximo. Acaba o Brasil do cada um faz o que bem entende, anarquia total, do "eu tenho direito, os deveres que se danem". Exagero meu? Será?

A culpa é dos corruptos? Ou a culpa seria dos que permitem toda criminalidade, do papelzinho fora do lixo até a corrupção endemica, terminando nos assassinatos nossos de cada dia?

Fato irrefutável é que nossa segurança, justiça, educação, e tudo mais, funciona precariamente no Brasil, para dizer o mínimo, com deprimente ironia. Para o povo brasileiro, vamos ser sinceros, a verdade não nos interessa. 

A Coréia do Sul deu um salto gigantesco para o futuro quando mudou o padrão educacional, e por conseguinte a qualidade de vida de toda sua população, isto em 25 anos.
Espanha deu um basta na violência no trânsito e em uns quatro anos passou de um dos países que mais matavam para um dos melhores índices de segurança Europeus. 

O que foi feito de fato pela educação no Brasil nestes últimos 30 anos? 
Quanto cobramos pela mudança? Praticamente nada.

"Quem tramou, e como, a anistia geral e irrestrita da Lava Jato?"
Sobre "...as sete soluções para combater o crime (no Brasil)", tenho a dizer que a primeira, que não está no texto publicado, é ter vergonha na cara. Aí... 

A moeda de R$ 0,01 ainda existe, mas ninguém mais a vê. Quando fiz o vídeo, em 2012, era muito comum encontrar moedas de R$ 0,01 jogadas no chão, abandonadas como uma vergonha deixada para trás. 

Sobre o roubo em minha casa, quando voltei descobri que junto com minha casa mais quatro terrenos vizinhos tinham sofrido invasões. Mais, na mesma época outros 5 casas, leia-se terrenos, foram invadidos do outro lado da rua. Fui o único a fazer B.O. Não tenho porque estranhar.



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