quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Trânsito violento em 2013 e... continuamos muito longe da paz no trânsito.

Limpando meu computador dei com esta capa e matéria de uma Veja de 2013 "Assassinos ao volante" com subtítulo "As mortes no trânsito já superam os crimes de homicídio". Estamos em 2022 e a bem da verdade os números vem caindo, mas muito lentamente. Dirão uns, sim, melhoramos, mas não resta qualquer dúvida que estamos muito muito longe de números minimamente civilizados. Se fossem só os números da violência no trânsito,  mas no geral os números sociais do Brasil continuam aquém do potencial que temos.
Em 2020 chegamos a 30.168, uma redução considerável em ralação aos 42.266 de 2013, mas não basta. As grandes vítimas continuam sendo pedestres e motociclistas. 

Para mudar esta loucura só também mudando a forma de agir. 



Primeira pergunta: a sociedade brasileira considera aceitável esta situação? Minha resposta é "sim, considera aceitável", do contrário reagiria forçando ações mais eficazes.

Segunda pergunta: Por que aceitamos esta situação? É atávico a cultura brasileira o "não tem jeito". Será? Não acredito nisto. São inúmeros os exemplos que desmentem esta besteira. Eu começaria pela evolução no tratamento de pessoas com deficiência intelectual e viciados. "Está maluco?" Não, não estou. Estou falando de técnicas de pedagogia específicas que podem e devem ser usadas num vício coletivo.

Terceira pergunta: Se não está dando o resultado esperado porque continuar no mesmo caminho? Rebato com outra pergunta que não quer calar: Quem ganha com a barbárie que vivemos? Óbvio que alguém está ganhando muito com toda esta loucura, mas quem (fácil saber) e quanto (mais complicado, mas não impossível saber)

Quarta pergunta: Então, sabichão, o que fazer? 

As campanhas normalmente focam muito na responsabilidade do condutor ou pedestre, mas agem pouco no uso de uma engenharia de trânsito mais radical. Alegam que algumas práticas de engenharia de trânsito não foram testadas no Brasil, o que é difícil de aceitar quando se tem a fartura de números e experiências vindas de todas as partes. 

A transparência sobre custos de acidentes e mortes também é meio que tabu e raramente são colocados para o grande público ou detalhados da forma correta, o que deixaria claro que a história definitivamente não acaba ou morre no acidente, mas tem consequências muito além.   

Outro dia alguém falou que quem não tivesse vacinado deveria se responsabilizar pelo próprio tratamento. Isto me remete a uma lei que enviei para o CTB quando de sua feitura que responsabilizava o condutor de qualquer veículo pelos danos causados a terceiros, e que em casos extremos (bebedeira, chapadão, muito excesso de velocidade, ou outros absurdos) que o mesmo perderia o direito de tratamento pago pelo poder público.
Nada dói mais que o bolso. Fez besteira, paga! Não dá para um imbecil irresponsável literalmente parar uma marginal ou estrada e sair de lá como vítima. Chega!

Quer diminuir as mortes de pedestres? Hoje tenta-se conciliar a segurança do pedestre com a fluidez dos motorizados, para mim só pode ser brincadeira. Prova disto? Vai até um semáforo para pedestres, aperta o botão e espera, espera, espera, espera. Se isto é normal me digam.
 Acalmamento de trânsito para valer e respeito ao caminho que o próprio pedestre faz para começar. Deu certo em todas as partes do planeta, por que não daria aqui?

Motociclista: os vícios perigosos são os mais variados. Hoje se impõe o CTB. Que tal entender a realidade deles, motociclistas, e combater o banho de sangue dentro do campo deles?

Quer resolver os eternos problemas que temos? Pressione, mas pressione exigindo legitimidade para as ações que propõe. O Estado e o Poder Público cumprem leis e estas nem sempre estão atualizadas em relação a realidade. 
Não se resolve nada enfiando o dedo na cara do outro, como vem acontecendo no trânsito e com a violência no geral. A solução é entender o que está acontecendo e só a partir daí agir. 
Toda mágica é uma mentira. Toda construção é uma verdade.

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