'Daqui uns dias vou a um casamento no Rio de Janeiro. Não vejo a Cidade Maravilhosa faz bem mais de duas décadas. Como será a experiência?'
E fui.
Fórum do Leitor
O Estado de São Paulo
Depois de muito tempo fui ao Rio de Janeiro. Me instalei no Leblon, passeei pela cidade, tive uma estadia muito tranquila e a bem da verdade segura. Nada de assaltos, tiroteios ou outros tão noticiados. Triste só a quantidade de mendigos e desabrigados, bem grande, nada diferente de qualquer outra capital aplastada pela pandemia. Rio é uma cidade como outra qualquer deste país, pelo menos dentro da área nobre. Ou quase. Ah! o trânsito! Quanta emoção!
Roberto da Matta, antropólogo, um dos mais respeitados pensadores sobre este Brasil, diz que "o comportamento do motorista é reflexo da formação social do brasileiro". Absolutamente correto. Complemento eu "e principalmente reflexo da cidade". O trânsito carioca aponta em boa parte para o Rio de Janeiro tão propalado: inconsequente, desordenado, imprudente, rápido, agressivo. Para quem vem de uma cidade com trânsito muito mais civilizado e está com netos a experiência é um tanto preocupante. Até eles, netos, que adoram montanha russa e outras maluquices de parque de diversão arregalaram os olhos num taxi ou no ônibus; e não ouse reclamar.
João Assumpção diz com sabedoria que "trânsito é o sistema de organização social mais básico que existe. São poucas regras, poucas sinalizações, muito fácil de entender e respeitar. O sinal está verde e você passa; o está vermelho e você para, simples assim". "Não respeita quem não quer" termina ele.
Mundo afora cidades estão acalmando seus trânsitos como forma de melhorar a qualidade de vida de toda a população e com isto estão conseguindo diminuir o desequilíbrio social e violência. Os resultados tem sido notáveis até na economia destas cidades. Nas cidades turísticas então... Ninguém mais duvida que o caminho do futuro seja este. Aliás, tem quem ainda duvide.
Nenhum comentário:
Postar um comentário