Diferente a poluição de Roma. É branca e grudenta. A princípio pensei que fosse gordura da cozinha, mas definitivamente não é. Vem com o ar, sei lá de onde e do que.
Um pouco antes de deixar São Paulo, depois de mais de um mês sem chuva, quando esta veio, a água captada pelo tonel de minha casa era muito suja, preta como nunca vi, horrorosa. Mesmo morando próximo ao terminal Pinheiros fiquei assustado. Sabia que a poluição estava feia porque tinha que tirar pó num dia, dia seguinte tinha que tirar de novo, e assim todo dia, bastante. Mas não esperava que a água da chuva caída no telhado viesse tão preta e nojenta quanto veio.
Não fui atrás do que gera esta poeira grudenta aqui de Roma, mas desconfio que seja resultado da quantidade de motos e scooters, que poluem mais per capta que automóvel. Sei lá, só um chute.
“A exposição média dos residentes de Roma às PM2,5 anuais é mais de três vezes maior do que o sugerido pela OMS. Reduzir a poluição do ar de acordo com as diretrizes da OMS poderia não apenas melhorar a saúde do cérebro, mas também reduzir a demanda por serviços psiquiátricos pós-pandemia já sobrecarregados.”
O ar de Roma é leve e inodor, diferente do de São Paulo que em locais congestionados é pesado e tem cheiro forte. A outra diferença se vê no colarinho. Tal qual em Paris, aqui em Roma você usa uma camiseta branca por dias e não tem aquela mancha preta dura de tirar na lavagem, sujeira tipicamente paulistana.
Inexiste veículo soltando fumaça pelas ruas. Todos devem passar por vistoria periódica, típica da Europa. Óbvio que é necessária e faz muita diferença. O máximo é sentir cheiro de gasolina dos poucos carros de colecionador que são usados para passear turistas.
Sentir gasolina no ar era comum antes dos motores à injeção eletrônica. Eu achava o máximo aquele cheirinho daquela fumadinha de cano de escapamento, símbolo de liberdade, velocidade, emoção, viagem..., e outras coisas mais daqueles tempos. O desaparecimento do carburador foi uma benção não só para a economia de combustível, mas principalmente para as emissões de poluentes.
O que me pergunto é se a poluição de Roma é só resultado dos veículos a combustão. Duvido. Motos e scooters, que aqui tem de montão?
A ciência diz que duas rodas motorizadas a combustível fóssil poluem mais que automóvel. A questão é que as daqui, Roma e Itália, estão todas reguladinhas, funcionando perfeitamente, sem escape aberto, barulhento, diferente do que se vê e sente em São Paulo.
A bagunça italiana é outra. Todos mundo tem seus males, defeitos e erros, mas nós caprichamos em tudo.
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