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O Estado de São Paulo
Aos que sofrem todos os dias com o maldito trânsito da Raposo Tavares digo que nós queremos ajudá-los, mas não empurrando a bomba para cima de nosso colo. Até porque primeiro ela vai explodir deste lado e mais tarde o efeito retardado, que sempre há, criará mais problemas para vocês que vivem aí, por que escolheram a paz da distância de nossa loucura cá e o verde. Não só o sonho de vocês se transformou em pesadelo, mas o de todos que se mudaram em busca da paz verde. Olhando o que aconteceu com outras estradas conurbadas que foram alargadas, digo a vocês que primeiro o preço do metro quadrado de seus bairros vai subir, uns poucos lucrarão com isto, depois o preço vai descer fruto de especulação imobiliária, mudança de perfil dos bairros, adensamento, congestionamento e a certeza do aumento da violência. É só uma questão de tempo. O congestionamento de certa forma é uma barreira protetora. E, tenham certeza, não demorará muito para que a Raposo Tavares vire novamente um inferno, então não mais em três pistas, mas em cinco para lá e para cá. Como consequência não só as árvores que ladeiam a rodovia desaparecerão, mas boa parte do verde que hoje os rodeia e tanto os apraz. Então não faz nada? Faz! Pensa antes de agir por impulso.
Muitíssimo mais que a derrubada de centenas de árvores que margeiam a Raposo Tavares, o alargamento da rodovia e obras para sua fluidez certamente representará uma sensível diminuição do verde de todos os bairros que dependem daquela via e hoje sofrem para chegar em São Paulo. A lógica é simples e fácil de provar porque a cada dita melhoria realizada nas estradas conurbadas da metrópole se seguiu um desenvolvimento urbano agressivo, desordenado, que se pode chamar da mais pura especulação imobiliária. Quem já passou pela Raposo Tavares sabe que o trânsito é absurdo e é necessário fazer algo, mas faz muito que alargamentos e melhorias de acesso vem sendo evitados em grandes cidades por serem soluções miopes, de curta duração, e grande rentabilidade só para uns poucos. Os que moram lá devem pensar em saídas que não destruam a vida dos que moram aqui. Por incrível que pareça, isto aqui é uma cidade, ou seja um imenso agrupamento de pessoas, histórias e vidas. Jogar os meus problemas no colo dos outros é fácil.
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