quarta-feira, 1 de maio de 2019

The Freedom Writers Riders e o escrever a história

Outro dia vi na TV o filme TheFreedom Writers Diary, história real sobre uma professora, Erin Gruwell, que transformou a vida dos alunos problemas de uma escola usando a inteligência e sensibilidade fazendo com que eles escrevessem um diário sobre suas próprias vidas. Os diários foram publicados em livro de sucesso e o trabalho realizado pela professora Erin Gruwell na High School Woodrow Wilson, em Long Beach, Califórnia, virou referência educacional colocando em cheque métodos tradicionais de pedagogia em classes de alunos ditos problemas.

Encontrei e pedalei com um dos garotos que fizeram parte do núcleo do cicloativismo na época que São Paulo recebeu as melhorias, eficientes ou não, que estão aí. Ele disse que está trabalhando em outra área, não mais no cicloativismo. Como é muito tranquilo achei que tinah saído do movimento por conta do que considero radicalismo de então.  "O que é radical?" respondeu ele completando "Foi a forma de conseguir resultados". Conseguiram, mas não poderia ser diferente?
Estávamos pedalando para o mesmo lado e ele fez questão de seguir na ciclofaixa, pelo que entendi até como uma forma de reafirmar suas posições e realizações. Como a conversa estava interessante eu o segui, mesmo tendo críticas sobre o trajeto da ciclofaixa e principalmente pela qualidade técnica e de segurança do que foi implantado. Ao nos despedirmos coloquei que "Vocês (movimento cicloativista daquela época) pensaram dentro das ciclovias e ciclofaixas (fazendo um movimento cartesiano com as mãos). A cidade é toda possibilidades".

A história dos alunos e alunas do Freedom Writers prova mais vez que com a forma correta de comunicação e estímulo é possível tirar leite de pedra mesmo do mais duro dos jovens. Bater de frente pode ser produtivo a curto prazo, mas raríssimamente o é a longo prazo. Os cicloativistas paulistanos fizeram muito, não resta dúvida. Boa parte do resultado é facilmente questionável, até porque as ciclovias que realmente deram certo estavam na lei muito antes deles entrarem em ação, mas a mudança está ai, eles realizaram, colocaram a discussão na ordem do dia. Tem que se levar em consideração que é questionável porque o país chamado Brasil é questionável, duvidoso, ineficiente, errado, insensato. O resultado que eles tiveram é coerente com nossa realidade.

Paul McCartney em entrevista diz que nos Beatles sempre houve uma preocupação em ter limites no que as letras colocavam. Questionar sim, criticar também, mas ultrapassar certos limites não. Estimular violência de qualquer tipo não. Deu certo. Os Beatles mandaram mensagens positivas que foram 'compradas' por todas sociedades e simplesmente viraram o planeta de ponta cabeça, revolucionando costumes com resultados positivos que estão aí e ninguém pode negar. Revolution, que abre um dos dois discos do álbum branco deixa esta posição pacifista muito clara.

Procurando algo na estante dei de cara com o livro "A 3° visão" de T. Lobsang Rampa, um dos primeiros livros que li com interesse para valer. Logo depois li Sidarta, o mais marcante de minha vida. Estes e outros livros fizeram parte de uma geração pacifista, até porque ainda se vivia as feridas abertas do horror da Segunda Guerra Mundial. Não que fossemos uns anjinhos 'paz e amor', fazíamos das nossas, mas a imensa maioria tinha um norte e limites muito claros, não violentos, independente do lado que se estava, o que não vejo agora. Aqui tem história para mais de mil, mas aceitem pelo quanto a simplicidade e simploriedade.

País questionável, duvidoso, ineficiente, errado, onde um único funcionário pode, num chilique ou atendendo interesses muito particulares, melar todo um projeto de grande interesse da população. Ou fazer o contrário, como queira.  A estrutura do funcionalismo público e as leis que o regem permitem esta absurda distorção.
Como vi e vivencie coisa surrealistas acontecerem posso não gostar do aconteceu, mas não resta dúvida que aconteceu. Poderia ser diferente? Com certeza, em qualquer lugar minimamente civilizado.

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