Num domingo destes participei
de uma corrida a pé beneficente para a Graac. Estou descobrindo agora, muito
tarde, o grande prazer de me inscrever nestas corridas. O ambiente amigável me
lembra muito o início do mountain bike no Brasil quanto todos se conheciam e as
rivalidades eram resolvidas na boa gozação.
O que me assustou foi meu resultado. Dizem eles que fui o 14º em 678 da
minha categoria, 64 anos, para 5 km. Eu duvido, e tenho minhas boas razões para
duvidar. Sei quanto corro, qual é meu condicionamento atual, assim como sei que
estou mais próximo de uma lesma usando bengalas, ou seja, um pouco mais rápido
do que caminhando. Na corrida fui ultrapassado por uma senhora de seus 70 e
muitos anos e achei supernatural. Me assusta o resultado porque, tirando a
própria gozação, se a cronometragem está correta e fui o 14º na minha categoria
o sinal é muito claro: o condicionamento do pessoal vai mal.
Faz uns meses participei de minha primeira corrida a pé beneficente, pró
Hospital A C Camargo. Neste fui o 36º na categoria, para 8 km, o que também não
faz sentido, mesmo num tipo de evento onde o foco é o encontro, a diversão,
zero competição. Ou faz sentido se, de novo, o condicionamento físico do
pessoal estiver mal.
O que me incomoda é o que diz respeito à saúde pública e a reboque a saúde
das cidades brasileiras. Felizmente o povão vem se mexendo e melhorando sua
condição física, o que é ótimo para a saúde individual e coletiva. As cidades
brasileiras também estão mais preocupadas em abrir espaços para o povo fazer
seus exercícios, pedalar, dar suas corridinhas, mas ainda estamos muito longe
do mínimo ideal. Nossos índices de área verde por habitante nas cidades é muito
ruim, bem abaixo do índice considerado ideal pela UNESCO.
Ouvi de um participante de uma etapa amadora do Tour de France que ficou
impressionadíssimo com o nível de todos ciclistas, incluindo idosos e velhinhos.
Ele foi muito bem preparado, se comparado com o que pedalam aqui, e não
acreditou quando não conseguia acompanhar ciclistas da idade do pai dele. Eu
várias vezes pendurei a língua para acompanhar velhinhos e velhinhas holandeses
pedalando suas Old Dutch sem marcha. Já corri a pé lá fora, mas nunca
acompanhado ou em local que poderia dar uma base de comparação com os daqui,
mas fico imaginando que sejam mais rápidos. Lá é muito mais fácil e seguro sair
para rua e simplesmente correr ou treinar. O trânsito é muito mais amigável, o
número de parques é maior e sempre há algum por perto. A poluição é muito, mas
muito mesmo, menor que a nossa. Enfim, tudo joga a favor.
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