Um especial da Folha de São Paulo, E agora, Brasil? Transporte urbano - Um diagnóstico do transporte urbano, os problemas e as
propostas vindas de pesquisas, dados nacionais e internacionais e análises,
traz mais uma vez apontamento de soluções para o caos que já vivemos há muito
em nossas cidades brasileiras e que pelo andar da carruagem só tende a piorar.
O texto acima linkado é boa leitura para aqueles leigos que pelo menos esboçam
alguma preocupação com o futuro da própria vida. A notícia velha e gasta, que
não precisa estar estampada na matéria da Folha, é que nossa sociedade, tão
congestionada e poluída, não faz nada consistente para pressionar por melhorias
factíveis, sensatas, e principalmente perenes. Zero! Não basta a leitura e
falatório; é necessário ação.
Estou lendo O triste fim de Policarpo Quaresma do Lima Barreto, escrito
em 1915. Leitura maravilhosa, de uma qualidade rara, mas deprimente: o Brasil
praticamente nada mudou nestes 100 anos. Nossa incapacidade de objetividade e
de ter bom senso continua praticamente a mesma. As mazelas são praticamente as
mesmas.
O nosso problema não é um plano, o que de certa forma já existe por
que há mais ou menos um consenso sobre o que se deve fazer, para onde devemos
ir. Alguns erros em nosso país são tão grosseiros que não precisamos sequer de
plano; temos que agir, consertar, e não repetir os mesmos erros, mas nem isto
fazemos. O nosso problema é a inércia completa. Ou será a inépcia completa?
Fico com inépcia.
Até que a molecada, a geração mais nova, conseguiu empurrar bravamente
algumas coisas para frente, mas dentro de um plano restrito e com os vícios
típicos da juventude, o que leva a saturação de bons resultados em um prazo
relativamente curto, prejudica um planejamento maior e a sedimentação do bem e
do bom.
O Como avançar / Propostas para melhorar
o transporte urbano no país / Mudar a forma de financiamento do setor, eliminar
a prioridade do carro e reduzir vias de trânsito são algumas das sugestões para
uma política nacional de desenvolvimento simplesmente repete o
óbvio, o que o planeta civilizado está cansado de saber, fazer, e viver
de seus bons resultados. Não faço aqui uma crítica à Folha de São Paulo, muito
pelo contrário, dou parabéns. Não há outra forma. Repete, repete, repete,
repete, que talvez um dia entre nas cabecinhas. A inércia brasileira é o
escárnio do que somos. Inépcia é sempre vergonhosa, mas nem isto nos toca mais.
Como ficaremos depois das eleições? Quem irá mudar nossas vidas? Ninguém
além de nós mesmos, de nossa vontade de bem fazer.
O que oito sábios demoraram 40 dias para construir um único imbecil destrói
em 4 minutos; ditado árabe. Você prefere ser sábio ou continuar imbecil?
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