A
história de um cachorro meio abandonado está batendo forte na minha
cabeça desde de ontem. A dona está no meio de uma grande confusão
e não consegue lidar com os cuidados que o cachorro realmente
necessita. Não consegue por causa da confusão ou não quer por
causa do seu carater, esta é minha dúvida. O cachorro é só a gota
d'água de um contexto bem maior, mas parece ser mais uma ponta do
iceberg.
Na
situação caótica que estamos vivendo quem se deve ajudar? E como?
Com quem se deve usar o próprio tempo? Como gerar futuro?
Não
falo especificamente de ajudar os que optam pela vida simples,
espartana, pobre para alguns, mas dos que estão ou são fora do
padrão de normalidade, incluindo a pobreza. Falo dos outsiders,
incluo ai os que definitivamente não são pobres.
O
Giro de Itália começou. Ciclismo, como qualquer esporte coletivo,
tem como regra a colaboração conjunta para chegar ao melhor
resultado possível. Caso um ciclista perca sua condição de
competição ele será descartado do time para que o resto prossiga
sua missão. Esta forma de se chegar ao objetivo é humana, fruto dos
tempos, ou será inerente a nosso instinto animal? Descartar?
Nossa
sociedade ocidental está montada sobre uma sólida base de pricípios
judáico-cristãos. Não há menor sombra de dúvida que as
escrituras sagradas são um código de conduta social. Funcionaram,
bem ou mal o resultado está ai. Igreja, texto sagrado, e uso destas
ferramentas, são peças completamente diferentes. O uso da culpa
para unir pelo bem comum é altamente eficiente.
Mal
carater pode ser definido por aquele que não compra a culpa?
Quem
ajudar? Como ajudar? Com qual objetivo ajudar?
E no
meio destas perguntas e contextos entra o carater de quem se ajuda.
Como distiguir confusão, objetivos mal traçados, de mal carater?
A
decisão está no grau de urgências. Decisão, não resposta. A
resposta não interessa mais por que temos que usar todas as
ferramentas possíveis para sair desta. Mas como manter sob controle
os danos causados pelos mal carater, este é o ponto. Em que ponto
simplesmente se deve descartar quem não vale a pena?
Que
se dane os textos sagrados e as ideologias. Não estão obsoletos.
Provavelmente estamos fazendo mal uso deles.
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