quinta-feira, 11 de maio de 2023

corredores de ônibus : quanto mais pobre a localidade, mais buracos

SP Reclama
O Estado de São Paulo

Ontem, domingo, sai cedo para ver como está a condição do asfalto de corredores de ônibus em ruas e avenidas, coisa que vira e mexe faço pedalando, uma eficiente forma para sentir os defeitos de pista. Mais uma vez cheguei a conclusão que o pessoal de periferia não só sofre com o transporte coletivo cheio, mas também com a má conservação do asfalto nos corredores de ônibus. Já escrevi aqui sobre este problema, mais de uma vez. Entra administração, sai administração, troca de administração, qualquer que seja a linha política, até de esquerda, e o asfalto por onde passa a massa dos trabalhadores é irregular, esburacado, quando não com verdadeiras crateras. A SPTrans não vê? Os motoristas não reclamam? As empresas de ônibus não estão interessadas? Problema com licitação? E a população com isto? É obrigação legal do poder público oferecer qualidade, ponto final. Não consigo imaginar qual seja a razão. Danificar os ônibus para que tenham mais manutenção? Maneira estúpida de evitar a invasão dos veículos particulares? Fazer uma licitação atrás da outra para operações tapa buraco ou recapear? Quem ganha com isto? A quem interessa? Justificativa técnica não pode ser. Nas boas estradas de São Paulo, as melhores do país, a pista da direita, a que é usada pelos veículos mais pesados, bem mais pesados que um ônibus lotado, nunca fica tão ruim, tão irregular ou esburacada, nunca, portanto técnica asfáltica existe. Transporte de massa é vital para o futuro de qualquer cidade do mundo, mais ainda para uma São Paulo que não suporta mais pagar os custos de seus congestionamentos. Aliás, uma das bases do Plano Diretor é exatamente o transporte coletivo, o transporte de massa. Com estes corredores de ônibus não se pode culpar a preferência da população pelo automóvel particular: é muito mais confortável, vazio e chacoalha muito menos. Mas se pode desconfiar de todas autoridades e políticos  o que afirmaram que deram, dariam ou dão preferência ao transporte de massa, que aqui tem nome: ônibus, o modal que mais transporta a população. Cada vez que saio pedalando para ver como está o asfalto nos corredores de ônibus tenho mais certeza que quanto mais pobre é a localidade pior é o pavimento. Finalizando, posso dizer que por onde passei agora está muito melhor que na administração passada, não que esteja uma maravilha, mas está melhor, o que quer dizer muito pouco já que ano que vem temos eleições municipais.
Corredor de ônibus Marginal Pinheiros recém asfaltado, já deformado

Aos que acham que sou um louco de pedalar domingo bem cedo pelas avenidas de São Paulo vai um comentário. Não ter dados sobre acidentes entre ciclistas nas ciclovias e ciclofaixas não significa que não tenham acidentes, mas que estes não são contabilizados e ou divulgados, e por uma questão de ego ou corporativismo muitas vezes sequer corretamente comentados entre ciclistas. Quem é do meio sabe que os acidentes são bem mais frequentes do que é de conhecimento público. Aliás, só para saber, até mesmo em Amsterdam. Outro dia, às 6h00 da manhã, uma ciclista que treinava tiro (pedalar no máximo por um breve tempo) de cabeça abaixada encheu a traseira de um dos ciclistas mais experientes e respeitados do mountain bike. Com ele machucado ainda no chão ela se levantou, falou um monte de besteiras, e se foi. Não é um fato isolado, muito pelo contrário, neste caso foi o último que soube. É comum ouvir de ciclistas experientes, ex profissionais ou profissionais que treinar nas ruas é mais seguro. Esta história que todo motorista desrespeita ciclista serve para outros fins. Se fosse assim teríamos uma barbaridade de acidentes e vítimas, o que não é a realidade. Sim, infelizmente temos acidentes, alguns fatais, mas não um banho de sangue como é vendido. Segurança depende de onde e quando você está pedalando, não do que parece seguro. Pessoalmente me sinto mais seguro no meio do trânsito que na ciclovia da Faria Lima - Pedroso de Moraes em horário de pico dos ciclistas. Motoristas de ônibus, quando respeitados, respeitam. Infelizmente muitos ciclistas acham que tem plenos direitos até sobre outros ciclistas. 
Recém asfaltado já está todo rachado. Aí pedalam muitos ciclistas


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