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O Estado de São Paulo
O que pasma na entrevista do presidente da EMBRATUR Marcelo Freixo, para a Rádio Eldorado, é saber só agora, em 2023, que o órgão não tem orçamento. Como assim? Fazer turismo com um mínimo de qualidade no Brasil é caro, temerário, e não raro pode ser decepcionante. O potencial é imenso, assim como a precariedade. Nossas autoridades não terem entendido até hoje a importância do turismo nas contas públicas prova mais uma vez a pobreza que estamos metidos.
De minha parte fico mais pasmado ainda porque conheço os dois lados do turismo, como turista e como amigo e muito próximo de quem trabalha em várias áreas do turismo. Erros e problemas acontecem em todas as partes do mundo, mas não na escala e com a frequência que temos aqui. Começando pela precariedade dos aeroportos, passando por estradas e ruas indignas, e terminando por instalações precárias ou se não, receber um atendimento de chorar de raiva.
Tiro o chapéu para mais esta tentativa de acertar o turismo Brasil, mas com preocupação. Tenho receio que trazer turista estrangeiro possa ser um tiro no pé enquanto não se corrige, melhor, elimina problemas contra produtivos ou mesmo inaceitáveis que afetam o turismo e porque não dizer nossas vidas. Não podemos cair mais uma vez na demagogia, no populismo, na vergonha de trazer uma Copa do Mundo e Olimpíadas e dar no que deu. Temos que definir que país / turismo queremos, o farofeiro internacional que traz dinheiro a qualquer custo ou um turismo com alto valor agregado. De minha parte fica o apoio ao que falou Marcelo Freixo, presidente da EMBRATUR: ter orçamento, ter programa de estado, não ficar suscetível a mudanças de governo, explorar esta riqueza sem fim que é a incrível beleza deste país, mas explorar corretamente. Confio nas palavras dele porque foi o primeiro que disse com todas as letras algumas verdades do que acontece.
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